Brasília em off: os possíveis nomes para os ministérios de Lula

Petista foi eleito na noite deste domingo (30) com cerca de 60 milhões de votos

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Por Martha Beck
30 de Outubro, 2022 | 11:32 PM

Bloomberg — Antes da eleição deste domingo (30), aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que dois nomes haviam crescido na reta final da corrida eleitoral entre os cotados para comandar o Ministério da Economia em um eventual governo petista: o do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha.

Lula foi eleito na noite deste domingo (30) com cerca de 60 milhões de votos. Ele não falou em nomes no seu primeiro discurso como presidente eleito.

Escolher Meirelles seria uma forma de acenar ao centro e dar maior tranquilidade ao mercado financeiro. Já Padilha seria uma escolha mais à esquerda, que não agrada tanto aos investidores, mas que daria a Lula maior conforto nas negociações com o Congresso para aprovar temas espinhosos como uma nova regra fiscal e uma reforma tributária.

O candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad teria menores chances de ser escolhido para chefiar a equipe econômica. Isso porque, além de enfrentar mais resistência do mercado, Haddad não receberia um ministério tão valioso depois de ser derrotado num estado tão importante para o PT.

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Gesto ao centro

Lula tem deixado cada vez mais claro seu movimento em direção ao centro, dando palco para Meirelles e o também ex-presidente do BC Pérsio Arida na reta final da campanha.

Aliados de Lula destacaram que, em evento na última segunda-feira (24), o palco foi ocupado por Meirelles e Arida, enquanto economistas mais alinhados com a esquerda, como Luiz Gonzaga Belluzzo e Eduardo Moreira, estavam na plateia.

Mais esplanada

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, teria chances de passar a comandar a Casa Civil. Nesse mesmo cenário, o coordenador do programa de governo do ex-presidente, Aloizio Mercadante, poderia ser também o coordenador da transição.

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Lua de Mel

A campanha de Lula está em lua-de-mel com Simone Tebet desde que a senadora e ex-candidata do MDB à Presidência declarou apoio ao petista no segundo turno. Aliados do ex-presidente afirmam que o bom relacionamento com Lula pode render a Simone o espaço de atuação que ela quiser.

Uma das apostas é que a senadora se sentiria bastante à vontade no comando da pasta da Educação, área em que tem propostas para aumentar a oferta de vagas em creches e pré-escolas e o acesso ao ensino público superior.

Sem eco

Uma eventual tentativa da campanha de Bolsonaro de criar tumulto alegando fraude no processo eleitoral não encontraria eco no Legislativo. O presidente da Câmara, Arthur Lira, por exemplo, hoje aliado de Bolsonaro, parabenizou Lula após o resultado e disse que as urnas devem ser respeitadas.

O cacique do centrão foi um dos que trabalharam para acalmar Bolsonaro na noite de quarta-feira (26), quando sua campanha convocou uma entrevista coletiva para apontar supostas falhas nas inserções de rádio no Norte e no Nordeste que teriam desequilibrado a disputa e favorecido Lula.

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-- Matéria atualizada após o resultado da eleição.

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