Bloomberg Línea — Com 2.892.635 de votos, Raquel Lyra (PSDB) foi eleita governadora de Pernambuco neste domingo (30). Ela teve 58,84% dos votos válidos e derrotou Marília Arraes (Solidariedade), que teve 2.023.076 de votos, 14,16% dos votos válidos.
Lyra será a primeira mulher a governar Pernambuco na história. Com a vitória, ela também derrota a candidata do PT no estado, que tinha apoio explícito do ex-presidente Lula, que passou a pedir voto para ela apenas no segundo turno – no primeiro, apoiou Danilo Cabral (PSB).
A vitória foi de virada. Marília passou para o segundo turno em primeiro lugar, com 23,97% dos votos válidos, contra 20,58% de Raquel Lyra. Mas o resultado deste domingo confirma o que as pesquisas eleitorais vinham mostrando já desde o primeiro momento após o primeiro turno.
A eleição no estado é marcada pelo avanço do protagonismo das mulheres. Além da primeira governadora, Pernambuco elegeu em 2022 a primeira senadora, Teresa Leitão (PT), e teve recorde de deputadas federais eleitas de uma única vez, três.
Lyra teve uma campanha complicada. O marido dela, o empresário Fernando Lucena, morreu aos 44 anos após um mal súbito, no dia do primeiro turno.
Ela é filha do ex-governador João Lyra Neto (PSDB) e foi prefeita de Caruaru por dois mandatos. Deixou o cargo em março deste ano para concorrer ao governo. Ela não chegou a declarar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano e preferiu se manter neutra. No primeiro turno, apoiou Simone Tebet (MDB) para presidente, que agora apoia Lula.
Propostas
Em seu plano de governo, Raquel Lyra prometeu criar 60 mil vagas em creches, oferecendo cinco refeições por dia, dobrando a atual quantidade de vagas.
Também disse que pretende “estruturar” o Trilhatec, programa de educação profissional e tecnológica, “conforme as demandas do mercado de trabalho e das vocações econômicas regionais, contemplando cursos presenciais e a distância”.
A governadora eleita ainda promete “ampliar os editais para as áreas de esportes, música, tecnologia, cultura e economia criativa”.
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