Bloomberg Línea — De US$ 9,79 para US$ 41: esse é o resumo da jornada das ações da Selina Hospitality (SLNA), marca hoteleira que abriu capital na NYSE, a Bolsa de Nova York, com um salto de 318,8% na estreia nesta quinta-feira (27).
Nesta sexta, no entanto, a empresa devolve boa parte dos ganhos, com queda aproximada de 60% por volta das 15h30 (de Brasília) e preço da ação na casa de US$ 16.
A operadora hoteleira, cujo público-alvo são os millennials e os jovens da geração Z, chegou à bolsa por meio de uma estrutura de SPAC, uma empresa de aquisição de propósito específico, firmada em dezembro de 2021 com a Boa Acquisition Corp (BOAS).
Nesse modelo, investidores aportam recursos em uma empresa - a SPAC - que tem como missão justamente encontrar companhias de determinados setores que estejam aptas a abrir o capital.
A empresa tem sede em Londres e, além dos hotéis que opera, oferece imóveis para aluguel de temporada, espaços de coworking, serviços de bem-estar e passeios, entre outros produtos.
No Brasil, a Selina tem dez unidades, segundo informações em seu site, em localidades como Paraty, Búzios, Florianópolis, Foz do Iguaçú, Bonito (Mato Grosso), Rio de Janeiro (em Copacabana e na Lapa) e São Paulo (na Vila Madalena e no Centro). O estilo é o de pousadas com ambientes descontraídos e conforto.
Na época do acordo, a Selina Hospitality foi avaliada em US$ 1,2 bilhão e, de acordo com a Bloomberg News, a transação incluiu US$ 70 milhões em ações dos investidores South Light Capital, More Investment House e Ronald Cohen, cofundador da Apax Partners.
De acordo com o anúncio de conclusão da fusão com a BOAS emitido nesta semana, o valor em dinheiro pelas ações caiu para US$ 55 milhões em julho.
Antes de seu IPO, a Selina informou uma receita de US$ 86 milhões para o primeiro semestre de 2022, um aumento de 142% na comparação ano contra ano graças a melhorias na gestão da empresa e à abertura de 13 filiais, disse a empresa em comunicado.
No final do primeiro semestre, a Selina Hospitality tinha 163 imóveis abertos e garantidos em 25 países em seis continentes e 27 mil leitos, disse a empresa.
A Selina, fundada pelos empreendedores Rafael Museri e Daniel Rudasevski, iniciou suas operações com uma propriedade em um destino litorâneo em Los Santos, no Panamá. A partir daí, a rede se especializou em encontrar pontos em locais favoritos do público jovem que começava a reforçar o conceito de nômade digital.
A estratégia da Selina é se estabelecer em cidades que sejam destino do seu público-alvo. No Panamá, a empresa abriu hospedarias na província caribenha de Bocas del Toro, nas ilhas turísticas de Isla Colon e Red Frog, assim como na província de Los Santos. E, recentemente, em Casco Antiguo, no histórico centro colonial da Cidade do Panamá, rodeado de praças, restaurantes e muita vida noturna.
A empresa foi incluída no ranking da revista Fast Company das empresas mais inovadoras por sua operação voltada para os viajantes.
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