Rodadas da semana: Tipspace, Minteo e Solvento recebem investimentos

Startups latino-americanas de games, NFT e fintech para logística captaram seus primeiros milhões nesta semana

Startups latino-americanas captaram milhões nesta semana
08 de Outubro, 2022 | 08:12 AM

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Bloomberg Línea — Empreendedor desde os 15 anos, João Sobreira agora tem 22 e captou US$ 3 milhões em uma rodada liderada pela Upload Ventures para sua nova empresa: a Tipspace. Sobreira é um dos fundadores que conseguiu captar em um momento em que os investidores estão mais cautelosos e demandando planos de lucratividade.

Veja as startups que captaram nessa semana:

Tipspace

Tudo começou com o jogo League of Legends. De Goiânia, Sobreira quase foi jogador profissional, recebeu proposta para ingressar em um grande time, mas não tinha a idade mínima. É preciso ter 17 anos para jogar Lol - como o jogo é conhecido, pela sigla - profissionalmente.

Convidado para montar um time de Lol para o Flamengo, ele viu que havia uma oportunidade ainda maior. “Falamos com várias marcas, todas as marcas queriam entender de games, mas na época ninguém sabia nada. Foi onde a gente começou. Montamos uma agência para posicionar grandes marcas em esporte eletrônico e games”, contou, em entrevista à Bloomberg Línea. Ele deixou o Ensino Médio para empreender, mas quando completou 18 anos terminou a escola com supletivo.

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Assim começou a Cursor Esports, que logo no início da operação foi investida pela agência Go4it, que atendia atletas como Gabriel Medina, Thiago Silva e Letícia Bufoni.

A Cursor e a Go4it se fundiram para criar a Go4it Games, que depois foi vendida para um outro grupo e seguiu apenas como um fundo de venture capital. Na Go4it, Sobreira foi Head de Games, montou o time do Flamengo, um prêmio de esportes eletrônicos, trabalhou com influenciador, mídia e marcas.

Depois de montar o time profissional Rensga, Sobreira pivotou o negócio para a Tipspace porque viu uma grande oportunidade no último ano com jogos “Play to Earn”.

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“As pessoas realmente estavam jogando para ganhar dinheiro, mas estavam sendo obrigadas a jogar jogos ruins para ganhar dinheiro enquanto a indústria toda está jogando outros jogos e não estão conseguindo monetizar. A ideia da Tipsace é transformar esses jogos, criar forma para monetizá-los”, disse.

A Tispace não é um aplicativo, mas sim um software que precisa ser instalado no computador. Os jogos funcionam por meio de uma API local. Segundo Sobreira, a Tipspace opera como um software front-end que puxa informação de uma API back-end local, que fica instalada no computador de cada usuário.

“Usamos essas informações para nossa plataforma rodar”, explicou. O jogador cria uma conta na Tispace e conecta com a conta do jogo, seleciona que está disposto a jogar e a plataforma faz uma combinação com um algoritmo proprietário para parear jogadores de nível próximo.

O jogador paga uma taxa de entrada, a Tipspace encontra uma pessoa do mesmo nível que queira entrar com essa mesma taxa. A partida acontece quando um dos dois jogadores ganha e leva todo o montante, como no pôquer.

Mas, segundo Sobreira, a plataforma não é um jogo de azar porque não depende de um terceiro e a aposta não é feita contra a casa e tampouco depende de sorte. “Estamos no meio desses dois negócios de jogos baseados em talento. Se você for melhor, você vai ganhar”, disse.

É uma categoria que, segundo Sobreira, ainda não tem uma legislação específica no Brasil.

Para começar a jogar, o usuário precisa colocar no mínimo R$ 0,50 na plataforma. Não há um valor máximo. A Tipspace ganha 8% do montante total da partida. Assim, se cada jogador de uma partida aposta R$ 10, o montante total é de R$ 20. A Tipspace fica com R$ 1,6 e o restante é distribuído para quem ganhar.

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O jogador pode transferir o dinheiro para a plataforma e a partir da plataforma por Pix, cartão de crédito ou transferência digital por meio de uma integração com a LatAm Gateway, empresa que também faz o gateway de pagamento no Brasil da Binance.

A ideia da Tipspace, que começa as operações neste mês, é transacionar US$ 17 milhões em um ano e ter mais de 100 mil jogadores no Brasil.

“Em cinco anos queremos ter 1 milhão de usuários no Brasil, Estados Unidos e México”, disse Sobreira.

Minteo

A Minteo, startup que quer aproximar a web3 da América Latina por meio de NFTs fechou sua rodada de investimento semente por US$ 4,3 milhões, liderada por investidores que financiaram empresas como TikTok, Sorare e Coinbase. Entre eles estão Fabric Ventures, Dune Ventures, CMT Digital, Susquehanna Private Equity Investments, Impatient VC, OpenSea Ventures, FJ Labs, SevenX Ventures, Big Brain Holdings, G20 Ventures, Alliance DAO, entre outros investidores.

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A Minteo busca simplificar a experiência de compra e venda de NFTs, disponibilizando-os para qualquer latino-americano que tenha um smartphone por meio de um aplicativo.

Por ter um forte foco em criadores e ter uma oferta corporativa, a Minteo espera facilitar o acesso a NFTs para milhares de criadores de conteúdo digital e empresas que desejam começar a participar da economia da web3 e do metaverso.

Os fundadores Santiago Rodríguez, Javier Lozano, William Durán e Sebastián Salazar criaram empresas como Vlipco, a empresa que administrou Wompi e que foi vendida ao Bancolombia em 2021; e a Easy Taxi, que foi adquirida pelo aplicativo de transporte espanhol Cabify.

Solvento

A fintech mexicana Solvento, que constrói infraestrutura de pagamentos para a indústria de caminhões da América Latina, fechou uma rodada de US$ 5 milhões liderada pelo fundo texano Ironspring Ventures, da qual participaram Quona Capital, Proeza Ventures, Dynamo Ventures, Susa Ventures, 9yards Capital e Supply Chain Collective.

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A Solvento construiu uma infraestrutura de pagamentos e sistema operacional financeiro para o setor de logística e transporte rodoviário em uma única plataforma. Fundada em 2021 por Jaime Tabachnick e os irmãos Pedro e Guillermo Bosch, a startup conseguiu esse investimento um ano após receber sua rodada de pré-seed por US$ 1,5 milhão, liderada pela Dynamo Ventures, da qual também participaram Wollef Ventures e Zenda Capital.

O investimento atual também inclui investidores anjo com formação empreendedora, como Felipe Capella, CEO da Loadsmart, unicórnio de logística nos Estados Unidos, e Alexis Patjane, fundador e CEO da startup mexicana de logística 99minutos.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups

Yanin Alfaro (BR)

Jornalista com experiência em startups e tecnologia