Bloomberg — A equipe econômica ainda não conseguiu se entender sobre o que propor para substituir a regra do teto de gastos a partir de 2023 caso Jair Bolsonaro seja reeleito.
Técnicos da Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento já fizeram o esboço de uma proposta que coloca a trajetória da dívida pública como referência para o aumento dos gastos. Assim, a despesa pode crescer acima da inflação quando o endividamento está em queda.
A solução, contudo, não agrada totalmente ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que decidiu pedir a opinião de outras áreas de sua pasta. O ministro tem dito internamente que a sugestão da secretaria especial estimula a realização de resultados primários elevados, o que gera um estímulo ao aumento da carga tributária.
Guedes quer uma proposta que viabilize seu plano de venda de ativos para criar fundos de combate à pobreza e de aumento do investimento público. O ministro pediu que a Secretaria de Política Econômica também traga sugestões para a nova regra fiscal.
Reconhecimento
Integrantes da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva vêem como importante que o resultado das eleições seja reconhecido logo por outros países para enfraquecer qualquer discurso de irregularidade no pleito que venha a ser feito por Bolsonaro. É importante, em especial, que o reconhecimento venha de parceiros importantes nas Américas: Argentina, México e Estados Unidos.
Já ganhou
O presidente da Câmara, Arthur Lira, considera que já está com a reeleição para o comando da casa praticamente assegurada em 2023, afirmam aliados. A confiança, dizem, está na forma como Lira distribuiu recursos do chamado orçamento secreto.
Partidos da base e da oposição foram contemplados com dinheiro das emendas de relator, que somaram R$ 16,5 bilhões em 2022, o que dá ao presidente um trunfo importante para o próximo ano. Se Lula vencer, Lira já tem uma fatura a apresentar.
O casal Alckmin na campanha
O candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin, tem fugido de entrevistas a grandes jornais para não atrapalhar a campanha petista, mas tem falado com rádios pequenas do interior de São Paulo, onde há bolhas bolsonaristas.
O foco do ex-governador de São Paulo tem sido o sul e o sudeste do estado, onde ele carrega o selo de bom gestor. Alckmin tem sido cabo eleitoral não apenas de Lula, mas também do candidato petista ao governo estadual, Fernando Haddad.
Já Lu Alckmin, mulher do candidato a vice, tem feito uma agenda paralela pela periferia e pelo interior de São Paulo focada no âmbito social. A ex-primeira-dama do estado ficou durante 14 anos à frente de programas na área.
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