Bloomberg — O presidente da Rússia, Vladimir Putin, concedeu cidadania a Edward Snowden, o ex-profissional da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) que revelou a existência de um programa de espionagem ultra-secreto e vive exilado nesse país desde que fugiu dos Estados Unidos há nove anos.
Snowden tornou público o acervo de documentos confidenciais que mostravam como os governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha estavam monitorando as comunicações de cidadãos não suspeitos de crimes. Esses documentos também revelaram como a NSA tentou acessar as principais redes de computadores do mundo, incluindo a do Google.
O Kremlin concedeu a Snowden o status de asilo temporário em 2013, provocando um grande confronto diplomático com o governo do então presidente americano Barack Obama.
O governo americano pede há anos a extradição de Snowden para que possa ser julgado nos Estados Unidos.
O denunciante obteve residência permanente em 2020 e logo após solicitou a cidadania. Na época, Snowden tuitou que estava ansioso para retornar aos EUA. Ele citou seu filho como motivação para buscar a dupla cidadania, dizendo que isso impediria que ele e sua esposa fossem separados de seu filho.
Putin, que iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e sofreu reveses recentes no campo de batalha, ordenou na semana passada a mobilização de 300 mil reservistas.
A decisão desencadeou protestos em todo o país, em meio a temores de que o governo feche a fronteira para homens em idade de recrutamento.
Aos 39 anos, Snowden está dentro da idade de alistamento, mas não pode ser convocado porque não serviu no exército sob a lei russa e não é reservista, informou a agência de notícias Tass, citando Anatoly Kucherena, seu advogado.
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