Putin concede cidadania russa a Edward Snowden, em ato contrário aos EUA

Ex-analista de agência federal que denunciou como governo americano monitorava a comunicação de cidadãos está exilado na Rússia desde 2013

Edward Snowden, ex-analista da Agência de Segurança Nacional que denunciou práticas do governo americano
Por Bloomberg News
26 de Setembro, 2022 | 06:06 PM

Bloomberg — O presidente da Rússia, Vladimir Putin, concedeu cidadania a Edward Snowden, o ex-profissional da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) que revelou a existência de um programa de espionagem ultra-secreto e vive exilado nesse país desde que fugiu dos Estados Unidos há nove anos.

Snowden tornou público o acervo de documentos confidenciais que mostravam como os governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha estavam monitorando as comunicações de cidadãos não suspeitos de crimes. Esses documentos também revelaram como a NSA tentou acessar as principais redes de computadores do mundo, incluindo a do Google.

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O Kremlin concedeu a Snowden o status de asilo temporário em 2013, provocando um grande confronto diplomático com o governo do então presidente americano Barack Obama.

O governo americano pede há anos a extradição de Snowden para que possa ser julgado nos Estados Unidos.

O denunciante obteve residência permanente em 2020 e logo após solicitou a cidadania. Na época, Snowden tuitou que estava ansioso para retornar aos EUA. Ele citou seu filho como motivação para buscar a dupla cidadania, dizendo que isso impediria que ele e sua esposa fossem separados de seu filho.

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Putin, que iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e sofreu reveses recentes no campo de batalha, ordenou na semana passada a mobilização de 300 mil reservistas.

A decisão desencadeou protestos em todo o país, em meio a temores de que o governo feche a fronteira para homens em idade de recrutamento.

Aos 39 anos, Snowden está dentro da idade de alistamento, mas não pode ser convocado porque não serviu no exército sob a lei russa e não é reservista, informou a agência de notícias Tass, citando Anatoly Kucherena, seu advogado.

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