Quanto custa estudar nos EUA? Veja os preços das melhores faculdades

Entre as 20 mais bem avaliadas em ranking, apenas a Universidade da Califórnia oferece ensino por menos de US$ 50 mil por ano

Preço do ensino leva americanos a contraírem empréstimos para bancar sua educação
Por Ella Ceron
18 de Setembro, 2022 | 08:09 AM

Bloomberg — Estudar nos Estados Unidos ou enviar os filhos para que o façam está nos planos de um número crescente de famílias brasileiras. E os valores a serem desembolsados são uma das principais variáveis, se não a principal, no momento de tomada de decisão.

A má notícia para essa parcela da população brasileira é que o custo do ensino superior na maior economia do mundo está aumentando. E frequentar alguma das melhores faculdades do país tem seu preço: 19 das 20 melhores universidades custam US$ 55 mil ou mais por ano, contando taxas (mas sem alojamento e alimentação). Ou seja, o custo em reais sai em torno de R$ 290 mil ao ano pelo câmbio atual.

O ranking foi estabelecido no relatório US News & World Report, que publicou sua lista das melhores faculdades para o ano letivo de 2022-2023 no início da semana.

A Universidade de Princeton conquistou o primeiro lugar no ranking nacional, seguida pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o famoso e prestigiado MIT.

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A Universidade de Harvard, a Universidade de Stanford e a Universidade de Yale ficaram empatadas no terceiro lugar. Destas, Yale é a mais cara – um ano custa US$ 62.250 em tuition (uma espécie de anualidade), sem contar alojamento e alimentação. Somando esses valores, os alunos podem acabar com uma conta de até US$ 80 mil.

Algumas escolas de elite que recebem grandes dotações reduzem custos para estudantes de baixa e média renda. A Universidade de Princeton disse no início do mês que cobrirá todas as despesas das famílias que ganham até US$ 100 mil por ano, e a Universidade de Dartmouth disse em junho que removerá os empréstimos de seus pacotes de auxílio financeiro para alunos da graduação. Yale ficou em terceiro lugar na lista de “escolas mais econômicas”, sugerindo que, após as bolsas, o custo total da mensalidade poderia cair para US$ 17,6 mil por ano.

A maioria das escolas entre as 20 melhores custa mais de US$ 60 mil por ano – apenas duas custam menos de US$ 50 mil. São dois campi da Universidade da Califórnia, que ficaram empatados em 20º lugar. O campus de Berkeley cobra pouco menos de US$ 44 mil de alunos de fora do estado que vivem em seus alojamentos, e o campus de Los Angeles cobra cerca de US$ 45 mil, segundo o relatório. Dependendo do alojamento, o custo no campus de Los Angeles pode subir para US$ 68,5 mil. Os alunos que moram na Califórnia podem esperar pagar cerca de US$ 14 mil em cada campus.

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“Sem dúvida, as principais faculdades e universidades privadas, com mensalidades acima de US$ 60 mil por ano, são caras”, disse Eric Gertler, o presidente executivo e CEO da US News. Por isso, disse ele, é crucial apoiar alunos e famílias, pois eles analisam suas opções e exigem que a escola se responsabilize por entregar o ensino que valha o preço.

As escolas privadas cobram, em média, US$ 38.090 na anualidade, em comparação com US$ 19.360 há três décadas, em 1991, e o custo total ultrapassa os US$ 50 mil.

O ranking foi lançado apenas semanas depois que o presidente Joe Biden anunciou um plano para perdoar até US$ 20 mil em dívidas de empréstimos estudantis contraídos antes de junho por pessoas que ganharam menos de US$ 125 mil em 2020 ou 2021.

Cerca de um em cada três mutuários tem um saldo de dívida estudantil inferior a US$ 10 mil, de acordo com o Center for American Progress, um think tank progressista.

Contudo, no longo prazo, os ativistas dizem que reduzir o custo da faculdade ou torná-la gratuita é fundamental para acabar com a crise da dívida estudantil de US$ 1,7 trilhão.

Em abril, o senador pelo estado de Vermont, Bernie Sanders, e a deputada de Washington, Pramila Jayapal, ambos democratas, introduziram o College for All Plan; no mesmo mês, o senador do Havaí, Brian Schatz, introduziu o Debt-Free College Act. Outros legisladores, incluindo o deputado Joe Courtney e o senador Marco Rubio, sugeriram mudanças no modelo de empréstimo estudantil federal, incluindo uma opção de taxa de juros de 0%.

Os pagamentos de empréstimos estudantis, congelados em março de 2020 devido à crise econômica da pandemia, deverão ser retomados em janeiro. Isso não afetará os alunos atuais, que estão isentos do pagamento de suas dívidas enquanto estiverem estudando. Mas quando a conta chegar, é possível que esteja acima de US$ 200 mil – mais juros.

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