Bloomberg — A startup sueca Heart Aerospace deu um passo à frente em direção ao primeiro avião elétrico do mundo ao aumentar o design de uma aeronave que agora terá 30 assentos e ao anunciar uma nova fábrica, ganhando investimentos da Saab, fabricante do caça Gripen.
A Heart também garantiu a Air Canada como acionista, com a transportadora fazendo um pedido para 30 aeronaves ES-30 ampliadas. Esse modelo substitui o modelo original de 19 lugares e está programado para começar a ser entregue em 2028.
A construção de escritórios, instalações de teste e uma linha de produção em um campus no aeroporto de Säve, nos arredores de Gotemburgo, deve ser concluída em meados de 2024, com voos iniciais previstos para 2026, disse a Heart na quinta-feira (15) em um briefing no local. A força de trabalho deve aumentar de 130 pessoas para cerca de 500 em três anos.
Anders Forslund, fundador e chefe da Heart, disse que os novos acionistas reforçarão o impulso para voos totalmente elétricos, com a Saab “sinônimo de aeroespacial” e a Air Canada “um parceiro estrategicamente importante com uma das maiores redes do mundo operadas por turboélices regionais”.
O projeto é um dos poucos que competem para trazer um avião elétrico de passageiros ao mercado até o final da década. Embora as propostas para os chamados táxis voadores, transportando apenas algumas pessoas, sejam mais numerosas e pretendam decolar dentro de alguns anos, a Heart está buscando desenvolver uma aeronave completa que desempenhe um papel nas viagens aéreas convencionais.
Limite de alcance
As limitações de desempenho e peso da propulsão da bateria impõem um limite de alcance, de modo que o ES-30 poderá voar apenas 200 quilômetros (124 milhas) com carga total, estendendo-se para 400 quilômetros em modo híbrido, auxiliado por combustível de aviação, e 800 quilômetros se a capacidade for limitada a 25 passageiros.
Isso o torna adequado para serviços em rotas conhecidas na indústria da aviação como curtas e finas, ligando assentamentos menores que, embora não tão distantes, têm ligações limitadas de transporte de superfície, muitas vezes devido a fatores geográficos, como cadeias de montanhas e passagens marítimas. A Escandinávia e o Canadá estão entre os maiores mercados para os aviões regionais que fazem essas rotas.
Anders disse que as novas instalações da Heart, conhecidas como Northern Runway, estabelecerão uma “indústria totalmente nova” na Suécia, um país na vanguarda da mudança de atitudes da sociedade em relação ao transporte aéreo, pois as preocupações com o aquecimento global levam as pessoas a repensar seus hábitos de viagem.
‘Vergonha de Voar’
“A Suécia é a origem da vergonha do voo, um movimento anti-voo, mas com a Pista do Norte tornaremos as viagens aéreas elétricas uma realidade e o preservaremos para as gerações futuras.”
A Saab, a maior empresa aeroespacial da Suécia e ex-fabricante de aeronaves regionais, e a Air Canada investirão US$ 5 milhões cada em participações minoritárias na Heart.
A empresa disse que pedidos anteriores da United Airlines e Mesa Air Group para 200 ES-19 de 19 assentos, agora descartados, serão convertidos para o ES-30. Cartas de intenção de companhias aéreas, incluindo as operadoras nórdicas SAS AB, Braathens Regional Aviation e Icelandair, também foram atualizadas para os aviões maiores, enquanto a locadora sueca Rockton assinou um LOI para até 40 aviões.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também:
Prazo de entrega de chips volta a cair, mas gargalos persistem
Por que a Tesla quer construir uma refinaria de lítio inédita nos EUA
Devo baixar o iOS 16 do iPhone? Quais as novidades e melhores funções
© 2022 Bloomberg L.P.
