Bloomberg Línea — A sexta-feira (9) se inicia com os mercados operando em terreno positivo, depois de uma semana carregada de indicadores econômicos, decisões e sinalizações monetárias e acontecimentos históricos. No Brasil, o IPCA mostrou deflação pelo segundo mês consecutivo, ainda sob o efeito dos cortes de impostos e da redução de preços de combustíveis e energia elétrica.
Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta sexta-feira (9):
1. Preços recuam
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto recuou -0,36%, o segundo mês consecutivo de deflação, de acordo com divulgação do IBGE nesta manhã. O resultado foi influenciado principalmente pela queda no grupo dos transportes (-3,37%) e comunicação (-1,10%). No lado das altas, o destaque foi Saúde e cuidados pessoais (1,31%), que contribuiu com 0,17 ponto percentual no mês.
Em julho, a variação havia sido de -0,68%. No ano, o IPCA acumula alta de 4,39% e, nos últimos 12 meses, de 8,73%, abaixo dos 10,07% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
2. O futuro da Grã-Bretanha
A Rainha Elizabeth morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, concluindo um extenso reinado de 70 anos. Além de homenagens ao longo do dia para a monarca, Rei Charles, o novo Rei da Inglaterra, é esperado para fazer um discurso por volta das 14h do horário de Brasília), de acordo com a presidente da Câmara dos Comuns. “Gostaria de informar à Câmara que nos reuniremos hoje para homenagens (à rainha Elizabeth)”, disse Lindsay Hoyle a parlamentares.
Charles 3º, como será chamado, assumirá um Reino Unido que enfrenta um momento bastante particular diante de grandes desafios econômicos, com o risco de uma recessão cada vez mais crescente e uma crise energética acentuada. Lis Truss, nova primeira-ministra, pediu ontem que o Reino Unido “se una como povo” e apoie seu novo chefe de Estado.
3. Mercados
Os futuros americanos subiam nesta manhã, com os investidores digerindo ainda as falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre a luta contra a inflação. Apesar da postura mais agressiva, em linha com a decisão do Banco Central Europeu que promoveu um aumento recorde de suas taxas de juros ontem, os futuros do Dow Jones registravam alta de 0,62% perto das 9h15 do horário de Brasília, o S&P subia 0,65% e o Nasdaq, 0,87%, em um movimento de recuperação das perdas recentes.
Na Europa os principais índices também operavam em terreno positivo, com o FTSE operando em alta de 1,45%, e o Stoxx600, de 1,45%. Já o Dollar Index, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas, recuava 0,61% nesta manhã.
4. Manchetes do dia
- Estadão: Charles III começa reinado em busca de monarquia simplificada e papel político mais ativo
- Folha de S. Paulo: TSE tem batalha entre Lula e Bolsonaro em ações sobre fake news e discurso de ódio
- O Globo: Os precedentes do TSE que podem jogar contra o questionado 7 de Setembro de Bolsonaro
- Valor: Renda apertada ameaça recuperação de serviços
5. Agenda
Entre os indicadores, o destaque na agenda local é a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de agosto. Por aqui, saem também os números da produção e venda de veículos referente ao último mês.
Na Europa, o dia promete ser carregado, com a reunião extraordinária dos ministros de energia da UE sobre intervenção de emergência nos mercados de energia e a cúpula da Zona do Euro. Além disso, saem as expectativas para a inflação do Reino Unido, a produção industrial da França e da Espanha, e a confiança do consumidor da Espanha.
E também...
Os preços do petróleo subiam nesta manhã, aliviando a pressão de uma semana sobrecarregada por preocupações com a demanda, estoques crescentes e a possibilidade de o governo Joe Biden fazer uma nova liberação das reservas de emergência. Embora as preocupações permaneçam no radar dos investidores, às 8h30 de hoje, o petróleo tipo Brent subia 2,02%, a US$ 90,95 o barril, enquanto o WTI subia 2,01%, a US$ 85,20 o barril.
- Com informações da Bloomberg News
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