Apple espera manter vendas de iPhone apesar de desaceleração no setor

Estimativas sugerem que a companhia está confiante de que pode resistir à queda dos gastos com smartphones e outros aparelhos

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Bloomberg — A Apple (AAPL) pediu a fornecedores que fabriquem este ano o mesmo volume de iPhones da próxima geração quanto em 2021. A gigante de tecnologia conta com clientes abastados e concorrência cada vez menor para resistir à desaceleração global dos eletrônicos.

A empresa solicitou aos fabricantes a produção de 90 milhões de unidades dos novos modelos, o mesmo nível do ano passado, apesar das projeções mais fracas para o mercado de smartphones, segundo pessoas com conhecimento do assunto. A Apple, com sede em Cupertino, na Califórnia, ainda espera montar cerca de 220 milhões de iPhones no total em 2022, também o mesmo volume do ano passado, de acordo com uma das fontes.

As estimativas da Apple, um segredo bem guardado, sugerem que a companhia está confiante de que pode resistir à queda dos gastos com smartphones e outros aparelhos. Fabricantes de dispositivos móveis começaram a congelar pedidos, alertou a maior fabricante de chips da China nesta sexta-feira. O mercado global de celulares, que encolheu 9% no trimestre encerrado em junho, deve cair 3,5% em 2022, de acordo com previsão do IDC.

Em um momento de fraca demanda por aparelhos Android, a maior procura pela nova linha da Apple decorre de uma base de clientes ainda disposta a gastar em dispositivos premium, disseram as pessoas. A Huawei Technologies praticamente desapareceu do mercado, o que também reduziu a concorrência em smartphones de última geração.

A Hon Hai Precision Industry, que monta a maioria dos iPhones vendidos mundialmente, deu pistas da resiliência da Apple nesta semana, quando disse que as vendas de seus produtos eletrônicos inteligentes devem mostrar pouca variação em 2022. Um representante da Apple não comentou.

A empresa com maior valor de mercado do mundo prometeu ser disciplinada quanto aos investimentos diante da incerteza econômica e geopolítica, que ofusca o cenário em 2022 e nos próximos anos. Segundo reportagem da Bloomberg no mês passado, a Apple planeja diminuir os gastos e contratações em algumas de suas equipes em 2023.

A inflação ao consumidor nos EUA se desacelerou mais do que o previsto, o que reforçou a expectativa de que os aumentos das taxas de juros não sejam tão agressivos. Mas observadores do mercado alertam que as perspectivas econômicas permanecem sombrias.

Ainda assim, a Apple avança com os planos para seu aparelho, que responde por cerca de metade da receita e é a principal porta de entrada para serviços rentáveis.

A Apple programa o lançamento de quatro modelos de iPhone que tendem a ser mais inovadores do que as versões de 2021, informou a Bloomberg News. Os modelos do iPhone 14 Pro devem incluir uma câmera frontal mais aperfeiçoada e um novo sistema de câmera traseira com um sensor de 48 megapixels, por exemplo.

A expectativa é a de que o iPhone novamente impulsione o crescimento da Apple este ano. O iPhone e o iPad da Apple tiveram desempenho melhor do que o esperado durante o trimestre encerrado em junho, embora outros produtos – incluindo Macs e wearables – ficaram aquém das projeções. Serviços, uma área-chave de crescimento para a Apple, ficaram pouco abaixo das estimativas.

A Apple não parece sentir “impacto significativo em seus negócios de iPhone no ambiente macro atual”, escreveram analistas da Piper Sandler após a divulgação dos resultados.

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