China investiga ministro por ‘violação da disciplina e da lei’. Por que isso importa

Agência anticorrupção anuncia investigação contra Xiao Yaqing, que lidera área de Indústria e Tecnologia da Informação e regula grandes empresas

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Bloomberg — As autoridades chinesas estão investigando o ministro da Indústria e Tecnologia da Informação, Xiao Yaqing, por suspeita de violações disciplinares, tornando-o o mais alto funcionário do gabinete a ser envolvido em uma investigação disciplinar em quase quatro anos.

O ministério de Xiao é o regulador dos setores de indústria pesada, automobilística, telecomunicações e eletrônica do país, supervisionando empresas da Huawei à Xiaomi.

A ofensiva do governo chinês na direção do aumento da regulação de grandes empresas no setor de tecnologia, em particular, desestabilizou o mercado local entre o fim de 2020 e o começo deste ano, pois sinalizou que muitas gigantes teriam que alterar suas estratégias de crescimento.

Xiao atraiu a atenção do público na quinta-feira (28), pois não foi incluído em uma lista de funcionários do governo central programados para participar do próximo Congresso do Partido.

O caso foi uma “violação da disciplina e da lei”, disse a principal agência anticorrupção do país em comunicado na quinta, evitando a frase comum “grave violação da disciplina e da lei”.

Os reguladores não forneceram mais detalhes sobre os supostos crimes de Xiao, cujo ministério lidera os esforços da China para construir tecnologias de semicondutores à aviação e apoia as startups mais promissoras do país em áreas de fabricação de chips a biotecnologia.

A investigação contra a autoridade de 62 anos está se desenrolando semanas antes do 20º congresso do Partido Comunista no final deste ano, que deve reorganizar a liderança do país. O presidente Xi Jinping, que deve garantir um terceiro mandato na reforma, consolidou o poder na última década em parte devido a uma repressão duradoura à corrupção que derrubou dezenas de ex-diretores de alto escalão.

O anúncio coincidiu com uma reunião mensal do Politburo do Partido Comunista, que prometeu lutar pelo “melhor resultado” para o crescimento econômico este ano, à medida que aumentam as preocupações com os riscos de uma crise imobiliária se espalhar para o sistema financeiro mais amplo.

Antes de sua carreira política, Xiao trabalhou principalmente na indústria de alumínio e foi presidente da Aluminium Corp. da China quando comprou uma participação de US$ 14 bilhões no Grupo Rio Tinto com a Alcoa em 2008. Isso descarrilou a oferta hostil da BHP Billiton para a terceira maior mineradora do mundo e marcou um dos maiores investimentos chineses no exterior.

A ex-vice-ministra de Segurança Pública Meng Hongwei, que foi colocada sob investigação em outubro de 2018, foi a última autoridade de um posto tão alto a cair.

--Com a colaboração de Gao Yuan

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