Powell diz que novos aumentos de juros podem ser feitos se necessário

Fed aumentou os juros em 0,75 ponto percentual na tarde desta quarta (27) para o intervalo de 2,25% a 2,5%, em linha com o esperado

Ainda não há uma decisão sobre quando começar a reduzir juros, disse Powell
27 de Julho, 2022 | 03:39 PM

Bloomberg Línea — O Federal Reserve, o banco central americano, anunciou nesta tarde de quarta-feira (27) um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa de juros do país, para o intervalo de 2,25% a 2,5%, em linha com o consenso das expectativas de mercado. Isso significa que a taxa subiu 150 pontos-base em apenas duas reuniões, o maior aumento desde a era Paul Volcker, no início dos anos 1980.

O presidente do banco central, Jerome Powell está tentando conter a inflação mais alta em 40 anos em meio a críticas de que ele demorou a responder ao aumento dos preços no ano passado, agitando os mercados financeiros com a preocupação dos investidores de que o Fed possa desencadear uma recessão.

Em discurso após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse não descartar outro aumento – de igual magnitude – na próxima reunião, em setembro. “Decidimos que a melhor opção agora é decidir a cada reunião, em vez de dar previsões mais claras como fazíamos antes”, disse. Para ele, a economia americana não está em recessão.

Confira abaixo os principais destaques da fala de Powell em entrevista coletiva:

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  • Outro aumento maior que o esperado nos juros pode ser apropriado, a depender dos dados
  • Decidimos que a melhor opção agora é decidir a cada reunião, em vez de dar previsões mais claras como fazíamos antes
  • Divulgações de inflação tem sido decepcionantes
  • Embora os preços de commodities tenham caído, as altas anteriores elevaram a pressão da inflação
  • Dados do mercado de trabalho dão conta de que a demanda agregada se mantém sólida
  • É esperado que juros subam mais em 2023, mas será necessário atualizar essa estimativa em setembro, com novos dados de inflação e emprego
  • Há espaço para trazermos a inflação para baixo mantendo o crescimento e o mercado de trabalho forte
  • Não acredito que os EUA estejam em recessão
  • Ainda não há uma decisão sobre quando começar a reduzir juros

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Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.