Petróleo recua com investidores avaliando demanda e fluxo de oleodutos

Interrupção em duto dos Estados Unidos coloca pressão sobre fornecimento de óleo, mas investidores avaliam receios com recessão

O WTI para entrega em setembro caía 1,37% para US$ 95,20 o barril na Bolsa Mercantil
Por Elizabeth Low e Alex Longley
22 de Julho, 2022 | 08:03 AM

Bloomberg — Os preços petróleo recuavam no início desta sexta-feira (22), prolongando a queda acumulada da semana, com investidores avaliando as perspectivas de demanda e rastreando interrupções em um importante oleoduto norte-americano.

O West Texas Intermediate (WTI) recuava para US$ 95, com uma queda de 1,37% perto das 8h (horário de Brasília). Embora os dados americanos desta semana tenham mostrado estoques crescentes de gasolina e consumo estagnado, os sinais do mercado apontam para uma demanda física ainda robusta.

Os comerciantes estão monitorando o impacto da interrupção ao longo do oleoduto Keystone. A TC Energy, que controla o duto, reduziu as taxas de operação em um segmento que vai das areias betuminosas do Canadá até o hub em Cushing, Oklahoma, em cerca de 15% após uma falha no fornecimento de energia. Cushing é o ponto de entrega dos futuros de WTI.

Embora o petróleo permaneça mais de um quarto mais alto este ano, a maior parte dos ganhos desencadeados pela invasão da Ucrânia pela Rússia foi revertida. Bancos centrais, incluindo o Federal Reserve, vêm aumentando as taxas de juros para conter a inflação crescente, provocando preocupações de uma desaceleração que diminuirá a demanda por commodities, incluindo energia. Isso prejudicou o interesse dos investidores no petróleo bruto, embora a estrutura de preços do mercado continue a apontar sinais de escassez.

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“As curvas de futuros de petróleo Brent e WTI permanecem em retrocesso”, disse Jeffrey Halley, analista de mercado sênior da Oanda Asia Pacific Pte, referindo-se aos preços de curto prazo negociados acima dos de longo prazo. Esse padrão “diz que os suprimentos físicos imediatos de petróleo no mundo real parecem mais apertados do que nunca. Por esse motivo, ainda não vejo os preços do petróleo caindo materialmente daqui.”

Preços do petróleo

  • O WTI para entrega em setembro caía 1,37% para US$ 95,20 o barril na Bolsa Mercantil
  • O Brent para liquidação de setembro recuava 0,83%, para US$ 103,08 o barril na bolsa ICE Futures Europe.
  • O spread imediato do Brent - a diferença entre seus dois contratos mais próximos - foi de US$ 4,66 por barril, acima dos cerca de US$ 3 por barril um mês atrás.

Para aumentar a pressão contra a Rússia, os EUA pretendem obter um acordo sobre um teto de preço para o petróleo do país. O mercado ainda não avaliou o impacto das sanções da União Europeia contra os suprimentos russos, o que aumenta o ímpeto do plano de teto de preço, disse um funcionário do Departamento do Tesouro dos EUA.

Em um telefonema na quinta-feira, o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman e o presidente russo Vladimir Putin discutiram a cooperação contínua dentro da Opep+, o amplo grupo que compreende a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados. “Enfatizou-se que uma maior coordenação dentro da Opep+ é importante”, de acordo com um comunicado do Kremlin.

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