Medo de recessão: fundos da BlackRock recuam diante cenário de inflação

Maior gestora do mundo informou uma entrada líquida nos chamados fundos de longo prazo de US$ 69 bilhões, abaixo das estimativas

“O primeiro semestre de 2022 trouxe um ambiente de investimento que não víamos há décadas”
Por Silla Brush e Annie Massa
15 de Julho, 2022 | 08:01 AM

Bloomberg — Os clientes da BlackRock (BLK) enxugaram os fluxos de dinheiro enviados para os principais fundos de investimento da empresa à medida que os mercados desabavam e a inflação disparava.

As entradas líquidas nos chamados fundos de longo prazo totalizaram US$ 69 bilhões nos três meses encerrados em 30 de junho, US$ 40 bilhões a menos do que os analistas esperavam. No primeiro trimestre, esse valor foi de US$ 114 bilhões. Os fluxos líquidos totais, incluindo contas de gerenciamento de caixa, foram de US$ 90 bilhões, disse a BlackRock, com sede em Nova York, na sexta-feira (15) em comunicado.

Os investidores estão receosos antes uma inflação nos EUA que atingiu a máxima de quatro décadas, levando o Federal Reserve a aumentar as taxas de juros à medida que os temores de recessão se elevam. O S&P 500 caiu 16% no trimestre, estendendo sua queda no ano para mais de 20% e inaugurando um mercado em baixa.

“O primeiro semestre de 2022 trouxe um ambiente de investimento que não víamos há décadas”, disse o CEO da BlackRock, Larry Fink, no comunicado.

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Os ativos sob gestão da BlackRock, que ultrapassaram o limite de US$ 10 trilhões pela primeira vez no final do ano passado, voltaram a cair. Eles totalizaram US$ 8,5 trilhões em 30 de junho, o menor em quase dois anos.

Os investidores retiraram US$ 10,3 bilhões dos fundos gerenciados ativamente pela BlackRock no segundo trimestre. Um ano antes, eles adicionaram US$ 63 bilhões. Os fundos de gestão de caixa da BlackRock tiveram níveis recordes de ativos no trimestre, disse Fink, e receberam US$ 21 bilhões em entradas líquidas durante as quedas do mercado.

O lucro ajustado por ação foi de US$ 7,36, abaixo da estimativa média de US$ 7,90 dos analistas consultados pela Bloomberg.

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As ações de gestores de ativos e grandes bancos caíram este ano, muitas delas superando as quedas no mercado mais amplo. A BlackRock acumulava queda de 36% no ano até quinta-feira.

As ações recuavam 1,6%, para US$ 579, nas negociações de pré-mercado desta sexta.

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