Venezuela prende americanos em meio às negociações de Maduro com os EUA

Porta-voz do Departamento de Estado dos EUA confirmou as prisões na noite de terça-feira (12), mas não identificou os americanos

No final de junho, uma delegação dos EUA viajou a Caracas para buscar a libertação de outros prisioneiros americanos
Por Iain Marlow e John Harney
13 de Julho, 2022 | 09:58 AM

Bloomberg — A Venezuela prendeu americanos este ano mesmo quando o governo do país fez gestos para melhorar as relações com os Estados Unidos para ajudar a aliviar uma crise humanitária e política no país.

Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA confirmou as prisões na noite de terça-feira (12), mas não identificou os americanos, quantos foram detidos ou forneceu mais detalhes, citando preocupações com privacidade.

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A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário.

As detenções foram relatadas anteriormente pela Associated Press, que disse que três cidadãos norte-americanos foram presos sob a acusação de entrar ilegalmente no país. A AP, citando uma fonte anônima, informou que dois dos americanos foram presos separadamente no estado de Táchira em março, e o terceiro na fronteira com a Colômbia, em janeiro.

No final de junho, uma delegação dos EUA viajou a Caracas para buscar a libertação de outros prisioneiros americanos e persuadir o governo do presidente Nicolás Maduro a retomar as negociações políticas há muito adormecidas.

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Entre os casos discutidos estava o de Matthew Heath, um ex-fuzileiro naval que está detido na Venezuela desde setembro de 2020, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

Os EUA cortaram relações diplomáticas com o governo venezuelano em 2019, mas abriram caminho para suspender as sanções econômicas e o isolamento do país se Maduro concordasse com concessões.

O governo Biden permitiu embarques de petróleo venezuelano para a Europa e deu a aprovação da Chevron para negociar seu acordo com a estatal de energia, Petróleos de Venezuela, depois que o fornecimento apertado e o aumento dos preços levaram a uma alta da gasolina.

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Cerca de 6 milhões de venezuelanos fugiram do país - a grande maioria tentando escapar da miséria econômica e começar de novo em países vizinhos da América Latina e do Caribe. O êxodo se tornou uma das maiores crises de deslocamento do mundo, segundo dados da Agência da ONU para Refugiados.

--Com a colaboração de Jennifer Jacobs

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