Se não abraçarmos o carbono zero, vamos perder negócios, diz CEO do BofA no país

Bancos e empresas que não adotarem medidas para reduzir a emissão de gases ficarão para trás, afirma Eduardo Alcalay, do Bank of America, em entrevista à Bloomberg Línea

Eduardo Alcalay, CEO do Bank of America no Brasil: bancos têm papel fundamental de trabalhar com empresas para reduzir a emissão de carbono
10 de Julho, 2022 | 08:30 AM

Bloomberg Línea — O CEO do Bank of America (BAC) no Brasil, Eduardo Alcalay, afirma que o banco trabalha para eliminar empresas poluidoras de sua carteira até 2050. Não se trata, segundo ele, de bater com a porta na cara dos clientes abruptamente, mas incentivar as empresas com as quais o banco tem negócios a aderir a compromissos de redução de emissões.

“Se falharmos, o nosso negócio vai diminuir. Nós não queremos viver nesse mundo como indivíduos, famílias, comunidades ou empresas porque o mundo vai ser mais pobre, com mais gastos para remediar catástrofes, e governos irão à falência porque crises vão acabar com a capacidade produtiva de seus países”, disse Alcalay em entrevista à Bloomberg Línea, na sede do banco no Brasil, na avenida Faria Lima, em São Paulo.

Segundo o executivo de um dos grandes bancos de Wall Street, uma grande parte do S&P 500, o mais relevante índice de ações no mundo, está aderindo aos compromissos para o carbono zero. “É um efeito cascata que se autoalimenta. Se somos 94 bancos hoje [na aliança global de bancos], o 95º vai entrar para não ficar para trás. Se a empresa X que atua no ramo de combustível está dentro, a empresa Y não vai ficar muito tempo sem aderir porque seus clientes e financiadores vão preferir fazer negócios com a concorrência”, disse sobre a abordagem que o banco entende ser mais eficiente.

A adesão de grandes corporações do Ocidente ao compromisso de redução drástica de emissões líquidas de gases de efeito estufa até chegar ao chamado carbono zero em 2050 é uma das principais tendências globais do mundo dos negócios. São promessas alinhadas às assumidas por governos de todo o mundo no Acordo de Paris (2015) para limitar o aquecimento global.

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Uma das forças propulsoras do movimento é a indústria bancária. Quase 100 bancos globais (a qual se referiu) formaram uma aliança para fomentar o carbono zero em três frentes. A primeira refere-se a emissões de carbono nas próprias operações; a segunda trata da cadeia de fornecedores, e a terceira, a mais ambiciosa, relaciona-se a usuários da indústria bancária, clientes de produtos e serviços.

Uma análise recente das 2.000 maiores empresas de capital aberto do mundo apontou que mais de um quinto delas – com faturamento combinado de quase US$ 14 trilhões por ano – adotou metas de redução rumo ao zero. Nos Estados Unidos, cerca de um quarto das grandes empresas do índice S&P 500 aderiu. Titãs da tecnologia, como Alphabet (GOOGL) e Microsoft (MSFT), prometem investir em tecnologias para remover da atmosfera todo o carbono que despejaram no ar desde o início de suas atividades, dado que são consumidoras intensivas de energia.

Veja abaixo os principais trechos da entrevista:

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O banco que o senhor lidera no Brasil afirma que será carbono zero em 2050 em todo o mundo, tanto nas suas próprias emissões quanto nas de seus clientes. Como isso vai acontecer? Por que alguém deveria acreditar nisso?

A crença da instituição é que o aquecimento global é uma realidade a ser enfrentada e ser remediada porque, se não o fizermos, nós vamos, como planeta, sofrer muitos riscos de desastres e catástrofes climáticas, afetando muito a vida das pessoas, dos países e das empresas. Essa crença é absoluta. Nós não temos discussão a respeito disso e seguimos as linhas da mais alta qualificação da academia e das entidades científicas, governamentais e multilaterais: até 2050, sermos carbono neutro nos escopos um (do próprio banco), dois (fornecedores) e três (clientes e consumidores de serviços bancários).

Trabalhamos, na magnitude e no escopo de uma instituição financeira como a nossa, e não somos os únicos, para que os clientes sejam carbono neutros. Obviamente os maiores agressores em termos de carbono são as grandes indústrias e nós queremos, sim, trabalhar para que o mundo evolua e os nossos clientes também evoluam para essa situação em 2050. Está longe de ser uma jornada fácil e linear, sem intempéries e sobressaltos, mas a nossa visão é que isso é mandatório para a sociedade e para a vida e nós, como instituição, estamos absolutamente determinados a perseguir isso.

O mais vocal representante deste compromisso tem sido o nosso CEO, Brian Moynihan, para mostrar que isso está muito impregnado e compõe a nossa estratégia corporativa e de negócios.

Como isso acontece na prática?

Vamos olhar para as várias etapas da cadeia, o processo de extração e produção daquele combustível fóssil e o que consumiu: aquele processo gerou carbono na atmosfera? Sim, gerou. Não queremos e não vamos estar envolvidos em uma operação desse tipo se tiver ocorrido a geração de carbono na atmosfera. Se a atividade de consumo fóssil por natureza, pelo conhecimento de tecnologia que temos hoje, emite gases de efeito estufa; se a atividade for agressora da atmosfera, idem, segundo o nosso compromisso, também não vamos estar envolvidos no financiamento e no desenvolvimento.

Vocês vão parar de fazer negócios com grandes empresas poluidoras?

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Essa é a ideia, mas isso não vai acontecer dessa maneira, ‘pronto, chegou a hora, não vamos mais fazer negócio com vocês’. Isso não é uma imposição unilateral do banco: ou você se ajusta ou não tem negócio. Estamos juntos nisso, como instituição financeira e clientes, mercado de capitais. Queremos trabalhar para evitar esse tipo de situação. Se esse tipo de situação acontecer, nós teremos falhado em assessorar, orientar e apoiar esse cliente na sua jornada de transição. Ou seja, o nosso negócio vai diminuir e nós não queremos que o nosso negócio diminua de tamanho.

E, dois, se a descarbonização tiver sido um insucesso, a situação do planeta vai estar prejudicada: 40% da população global, hoje 3,6 bilhões de pessoas, estarão altamente vulneráveis a catástrofes climáticas caso a temperatura do planeta aumente em 1,5ºC. Nós não queremos viver nesse mundo como indivíduos, famílias, comunidades ou empresas porque o mundo vai ser mais pobre, como mais gastos para remediar catástrofes, governos irão à falência porque crises vão acabar com a capacidade produtiva de seus países. Então, esse é o pano de fundo macro.

O aquecimento global é uma realidade, mas como faz para resolver? Para que não seja somente um conjunto de boas intenções individuais, para que se torne coletivo e mandatório? É através das grandes corporações, não só o nosso banco aqui, mas somos pioneiros, é através desses compromissos que se tornaram algo quase setorial de se autoimpor essa meta muito desafiadora.

Eu, como banco, que não quero trabalhar com aquela empresa que é emissora de carbono, tenho que trabalhar com empresas que têm objetivos parecidos. Aí saímos da boa intenção individual para a potência da escala, porque nós estamos nos auto-obrigando a buscar o caminho. É um efeito-cascata, um efeito em cadeia. Todos os nossos clientes serão apoiados e financiados para fazerem a transição em projetos e soluções tecnológicas de produção e consumo de energia, manufatura.

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Ou [no setor de] tecnologia. O que é a nuvem? Um mundo de servidores em algum lugar consumindo energia. Tudo isso terá que ser carbono neutro. Nós queremos trabalhar com essas empresas para avançarmos juntos. Aí saímos do perde-perde para o ganha-ganha. Se isso não acontecer, vamos perder negócios e qualidade de vida.

O que se observou nos últimos anos foram avanços e recuos na agenda de combate ao aquecimento global por parte de governos ao redor do mundo. É realista pensar que apenas os agentes econômicos vão conseguir fazer essa mudança?

Posso estar sendo positivo demais, mas acho que a beleza dessa coordenação da comunidade empresarial está evoluindo muito rapidamente para compromissos de descarbonização em 2050 e isso vai fazer que, independentemente de apoio ou direcionamento de governos, o mundo tenha chance de avançar. Os agentes econômicos não só estão na vanguarda mas serão os agentes da mudança.

O Net Zero Bank Alliance é uma aliança de bancos do qual o Bank of America foi um dos fundadores. Ao todo, [o grupo reúne] entre 40 e 50% dos ativos globais. Ou seja, de tudo que é financiado no mundo – pessoas, governos, empresas –, 50% estão nos balanços de bancos que têm o compromisso de até 2050 serem carbono neutro até no escopo três.

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Daí é de onde eu vejo o efeito em cadeia. Fornecedores e clientes da Petrobras, por exemplo, também serão carbono neutro. Isso vai acontecer independentemente das ações dos governos. Uma grande parte do S&P 500, que é o maior índice de ações no globo, também está aderindo a esses compromissos. É um efeito cascata que se autoalimenta. Vamos lá, se somos 94 bancos hoje, o 95º vai entrar para não ficar para trás. Se a empresa X que atua no ramo de combustível está dentro, a empresa Y não vai ficar muito tempo sem aderir porque seus clientes e financiadores vão preferir fazer negócios com a concorrência.

Qual o papel da opinião pública nesse processo já que o debate, em muitos países, é marcado por correntes que contestam a existência do aquecimento global?

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A opinião pública evolui, flui em uma direção ou em outra conforme muitas variáveis. Independentemente da opinião pública, a nossa determinação é seguir nessa linha. A comunidade empresarial, ao lado da comunidade científica e com muitos governos, produz o poder de tratar o problema e isso está começando a contaminar positivamente todas as entidades da comunidade empresarial a avançar nessa direção, independentemente da opinião pública. É óbvio que se reguladores e policy makers tiverem essa visão e a apoiarem por meio da adoção de medidas que beneficiem energias limpas, que dêem por exemplo incentivos fiscais, isso ajuda.

Inflação hoje é um desafio global e muitos países instituíram subsídios para baratear os combustíveis fósseis. A Alemanha foi um deles. O Brasil reduziu impostos de combustíveis. O quanto isso pode minar esforços para a descarbonização?

São medidas emergenciais e a emergência em si se justifica. A questão da Alemanha não é nem somente a da inflação, mas a da efetiva disponibilidade de energia porque eles são muito dependentes da energia fóssil, assim como outros países, como o Brasil. Como eu disse, não será uma jornada fácil, não vai ser céu de brigadeiro. Ela atrapalha? Ela atrasa? Certamente, especialmente dependendo de quanto tempo vai durar, mas são medidas transitórias, emergenciais, que vão sair do caminho já, já.

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Ao mesmo tempo, a inflação dos combustíveis fósseis é outro incentivo para que consumidores, especialmente os empresariais, acelerem a busca por matrizes energéticas limpas porque, quanto mais caro o combustível fóssil, mais fácil fica para justificar o investimento em novas fontes.

A preservação dos biomas é importante para deter o aquecimento global. O Brasil tem sido muito criticado internacionalmente pela gestão da Amazônia. Como o senhor enxerga a gestão que o país tem feito destes recursos?

Não nos cabe opinar sobre o que o governo tem feito de bom ou de ruim. Biomas, a manutenção e até mesmo a reconstrução de florestas em qualquer lugar do mundo são fundamentais na jornada de descarbonização. Os 51 bilhões de toneladas equivalentes de carbono emitidos todo ano na atmosfera – e nós precisamos ir para zero em 2050 – fazem parte de uma conta com todas as florestas, porque as florestas sequestram carbono da atmosfera. Se diminuímos a quantidade de florestas, então esses 51 bilhões viram mais.

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Financiar projetos de reflorestamento, que aumentam o sequestro de carbono, e evitar o desmatamento são ações fundamentais. Esse é um grande potencial que existe - no Brasil inclusive - para o levantamento de recursos por meio de crédito de carbono. Crédito de carbono é exatamente isso: se você contribuiu para sequestrar mais carbono da atmosfera, você deve ser remunerado por isso. E o Brasil tem um potencial gigantesco para isso.

Como o senhor enxerga o mercado de créditos de carbono nos próximos cinco anos?

Vai se desenvolver bastante. Ainda está em seus primeiros momentos e ainda existe uma necessidade de regulação, uma necessidade de aprendizado. Todos estão aprendendo. O mundo empresarial, os agentes econômicos, a própria academia, os órgãos reguladores e os governos, os órgãos multilaterais. Existe muita atenção e interesse em torno dele porque, sim, existe muito potencial.

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Há iniciativas muito interessantes e muito qualificadas, mas ainda é necessário mais amadurecimento e regulação clara. Padronização, por exemplo, é uma questão muito importante. Não acredito em crédito de carbono como uma commodity a ser negociada mas como um veículo de financiamento de projetos importantes para contribuir com a descarbonização da atmosfera.

A indústria financeira não está atrasada para desenvolver instrumentos financeiros para isso?

Mas já existem. Na nossa área de commodities, temos um desk de minério de ferro, petróleo e de todas as outras commodities conhecidas. E temos um desk para crédito de carbono. Os projetos estão nascendo em diferentes países com os agentes econômicos envolvidos nessa cadeia. Por exemplo, empresas com grandes áreas florestais. Estas serão os grandes vendedores de crédito de carbono. Empresas de óleo e gás serão os grandes demandantes de crédito de carbono. Ou empresas de tecnologia, que são, além de consumidoras de muita energia fóssil, também pioneiras e precursoras em ações e investimento em descarbonização. São grandes demandantes de créditos de carbono.

Bancos assessoraram as empresas a emitir títulos substainability linked [ligados à sustentabilidade ambiental] e isso é superimportante. Está na agenda da descarbonização porque, se aquele bond é substainability linked, os procedimentos e os recursos daquela emissão vão ser empregados em projetos de descarbonização. Há todo um amparo e um framework regulatório muito forte nisso e que vai avançar e se sofisticar para ser cada vez mais preciso e elaborado.

Como funcionam as metas quantitativas do Bank of America para a descarbonização?

Nós temos metas quantitativas de destinação. Não é só capital, são esforços e serviços nossos na direção do financiamento da descarbonização. Também divulgamos junto com o nosso compromisso de carbono zero em 2050 uma meta de mobilizar e prover serviços equivalentes a US$ 1,5 trilhão destinados a projetos na jornada de descarbonização até 2050. Desse valor, US$ 1 trilhão destinado à questão climática, ou seja, à transição energética, ajudando todos os nossos clientes a migrar para a equação de carbono neutro para que nós possamos continuar a fazer negócios com eles. Os outros US$ 500 bilhões são focados em projetos de apoio a questões sociais, comunidades e pessoas.

Esse US$ 1,5 trilhão é a conta que vocês estão fazendo de quanto capital...

Não, não [interrompe]. Não são somente empréstimos que vamos conceder mas também operações de mercado de capitais nas quais assessoramos nossos clientes. Por exemplo, um IPO de uma empresa de energia solar: não estamos colocando capital, mas é uma operação para levantar capital para uma atividade de descarbonização. Isso entra na conta também. Ou atuar em um M&A [fusão e aquisição] da compra de uma empresa de gestão de resíduos industriais com uma equação de redução de carbono.

Conseguimos atribuir um valor a todos os nossos serviços. Se eu coordenei um IPO de US$ 1 bilhão, é US$ 1 bilhão de dólares nessa conta. Eu não coloquei capital, mas levantei US$ 1 bilhão no mercado. Nós emprestamos US$ 500 milhões para a fazenda solar XYZ: aí, sim, é dinheiro do nosso balanço. Esse US$ 1,5 trilhão não é nosso cálculo para chegar ao carbono zero, não é isso. Isso é uma definição estratégica de empreendermos esforços de US$ 1,5 trilhão na agenda ampla de descarbonização.

O BofA tem a meta de US$ 1,5 trilhão, e os demais bancos da aliança têm também suas metas. Mas isso vai ser suficiente para o mundo chegar ao carbono zero?

Nas grandes empresas de consultoria, umas dizem ‘até 2050 precisam ser investidos US$ 5 trilhões’. Esse número literalmente está variando entre US$ 100 trilhões e US$ 250 trilhões até 2050. Primeiro, isso é uma estimativa; segundo: defina investimento. Investimento no quê? Total? Global? Da indústria? O número preciso ninguém sabe ainda. O mais importante para o mundo chegar ao carbono neutro é a congregação de compromissos. Todo mundo dando o braço: banco, fornecedor, cliente. Todas as empresas estão definindo targets [alvos] para 2030, 2035, 2040. Essa jornada com esses targets e toda essa ação coordenada... lá em 2050 vamos olhar para trás e dizer quanto custou.

Ninguém sabe a quanto vai custar chegar, o que há é basicamente um alvo.

Sim, à medida que consigamos avançar na jornada, vamos revendo. O que não vamos rever é a direção do carbono neutro.

Quais são as medidas concretas para isso acontecer?

Como falei, todos estamos aprendendo. Temos dois índices básicos. O primeiro é o de emissões financiadas. Vamos simplificar imaginando que eu tenha um único cliente e eu financio esse cliente. O enterprise value (EV), o valor do ativo dele, é 100; dentro do valor desse ativo eu financio 5. Eu participo de 5% do empreendimento dele. Vou citar um número para ilustrar a conta: se aquela fábrica emite 100 milhões de toneladas [de carbono] por ano, estou financiando 5 milhões de toneladas. Se fosse meu único cliente, tenho que ajudá-lo para investir rumo ao zero porque minha meta é zero até 2050.

Outra métrica é um coeficiente de intensidade de carbono. Vamos olhar para os setores. Hipoteticamente, se eu tenho como cliente uma empresa de bebidas que emite 100 milhões de toneladas e produz 100 milhões de litros da tal bebida. Ou seja, uma tonelada de emissão para cada litro. Novamente, naquele setor especificamente eu financio essa empresa com R$ 100 milhões e naquele setor eu tenho R$ 1 bilhão de financiamento para aquele produtor e para os demais produtores. Ou seja, aquele cliente de uma tonelada/litro representa 10% da minha carteira para aquele setor. Se tem outro concorrente que já avançou e produz zero tonelada pela mesma quantidade, você concorda que eu posso financiar muito mais o segundo que o primeiro?

Quando colocamos tudo isso nos bancos de dados e nas nossas matrizes de análise de risco, eu começo a enxergar o setor como um todo e a quantidade de emissões do setor. O setor como um todo emite x toneladas: um já andou mais rápido, OK, e o outro que está atrasado precisa de apoio para avançar ou em algum momento vamos perdê-lo como cliente. Não é uma imposição unilateral, nós estamos juntos nesse desafio. Diversidade e inclusão não são apenas boa cidadania corporativa, são bons para os negócios. Com a descarbonização é a mesma coisa. Se eu não apoiar aquele cliente a ser carbono neutro, será ruim para o meu negócio porque eu terei que me afastar dele.

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Graciliano Rocha

Editor da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela UFMS. Foi correspondente internacional (2012-2015), cobriu Operação Lava Jato e foi um dos vencedores do Prêmio Petrobras de Jornalismo em 2018. É autor do livro "Irmã Dulce, a Santa dos Pobres" (Planeta), que figurou nas principais listas de best-sellers em 2019.