Petróleo volta a cair com medo de recessão e aperto monetário nos EUA

Os preços da commodity tiveram uma semana volátil, com traders avaliando riscos para a demanda com aumento de juros no mundo

Petróleo
Por Elizabeth Low e Alex Longley
24 de Junho, 2022 | 08:04 AM

Bloomberg — Os preços do petróleo caíam nesta sexta-feira (24), na primeira perda semanal consecutiva desde o início de abril, com os temores de uma recessão global, que prejudicaria a demanda, e uma política monetária mais apertada dos EUA atingindo os mercados de commodities.

O West Texas Intermediate era negociado perto de US$ 105 o barril depois de recuar nas duas sessões anteriores. O índice de referência dos EUA perdeu quase 4% esta semana, colocando os preços em curso para sua primeira queda mensal desde novembro.

Em um ambiente de preços altamente volátil esta semana, o mercado de petróleo tem enviado sinais contraditórios.

Uma queda nos preços refletiu as preocupações sobre uma recessão global iminente. Mas os prazos - que são um indicador de quão apertados são os suprimentos do mundo real - subiram mais em meio a um novo golpe de oferta na Líbia. Enquanto isso, os preços dos produtos refinados também permaneceram altos na liquidação.

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O rali do petróleo foi revertido no início deste mês devido à crescente preocupação com uma desaceleração global, à medida que os bancos centrais, incluindo o Federal Reserve, aumentaram as taxas de juros para conter a inflação. Os preços caíram apesar dos sinais de que os mercados de energia permanecem apertados no curto prazo, à medida que a guerra na Ucrânia se arrasta e os riscos de fornecimento persistem. Além disso, os principais spreads de contrato permanecem elevados.

“A ameaça de destruição da demanda induzida pela recessão é grande”, disse Stephen Brennock, analista da corretora PVM Oil Associates. “Dito isto, permanece o consenso de que o mercado de petróleo verá alta demanda e oferta apertada nos meses de verão [do Hemisfério Norte].”

Preços do petróleo

  • O WTI para entrega em agosto subia 1,4%, para US$ 105,71 o barril às 5h23, horário de Brasília
  • O Brent para liquidação de agosto avançava 1,3%, para US$ 111,43 por barril

O spread imediato do Brent - a diferença entre seus dois contratos mais próximos - foi de US$ 3,81 por barril, acima dos US$ 2,73 de uma semana atrás.

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Isso, em parte, reflete a demanda ainda forte por barris do mundo real. As cargas para compradores asiáticos estão alcançando prêmios gigantes em seus benchmarks para carregamento em agosto, sinalizando confiança na demanda nos próximos meses.

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