Fim do home office e demissões: os bastidores da 1ª reunião de Elon Musk no Twitter

Bilionário participou nesta quinta em primeira reunião com funcionários da rede social desde que anunciou a compra da empresa por US$ 44 bi

Nas últimas semanas, Musk gerou preocupações de que não estaria mais interessado em adquirir o Twitter
Por Kurt Wagner - Ed Ludlow - Maxwell Adler
16 de Junho, 2022 | 06:33 PM
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Bloomberg — O bilionário e CEO da Tesla (TSLA) Elon Musk deixou claro quais tipos de conteúdo gostaria que fossem permitidos no Twitter (TWTR), dizendo que as pessoas devem ter permissão para dizer “coisas muito ultrajantes”, mas que a plataforma não precisa dar alcance a esses posts.

As visões de Musk foram compartilhadas durante uma reunião geral com a equipe do Twitter nesta quinta-feira (16), a primeira vez que o bilionário conversou com funcionários desde que anunciou a compra da empresa por US$ 44 bilhões no final de abril.

Segundo o executivo, o Twitter precisa dar mais espaço para as pessoas dizerem o que quiserem – desde que não violem a lei. Mas acrescentou, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, que a rede social precisa equilibrar isso, garantindo que as pessoas “se sintam confortáveis” na plataforma, caso contrário não a usarão.

Funcionários que participaram da reunião disseram que Musk também falou sobre possíveis mudanças na plataforma, incluindo a ideia de que os usuários deveriam pagar para terem o selo de perfil verificado por meio de um serviço de assinatura, como o “Twitter Blue”. Ele também propôs que o Twitter use a verificação como forma de classificar o conteúdo na plataforma.

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Quando questionado sobre possíveis demissões, Musk não descartou a ideia, dizendo que o Twitter “precisa ficar saudável”. “Qualquer colaborador que seja relevante para empresa não precisa se preocupar”, acrescentou.

Musk também recebeu diversas perguntas sobre funcionários que trabalham em home office, algo que o Twitter começou a permitir em tempo integral há mais de dois anos. O bilionário disse que a prioridade seria que as pessoas trabalhassem juntas pessoalmente, mas que se alguém for “excepcional em seu trabalho”, é possível que continue trabalhando remotamente.

Nas últimas semanas, Musk gerou preocupações de que não estaria mais interessado em adquirir o Twitter. Primeiro, ele disse que queria colocar o acordo “em espera” enquanto investigava o número de robôs no serviço. Depois, ele enviou uma carta formal aos executivos da rede social dizendo que poderia desistir do acordo se a empresa não conseguisse provar o tamanho de sua base de usuários.

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Desde que aceitou o acordo, Musk também criticou publicamente os produtos, executivos e políticas do Twitter, frustrando alguns funcionários que estão preocupados com o fato de ele não entender as complexidades de administrar uma grande empresa de rede social. Sua aparição na reunião desta quinta foi vista por alguns como um sinal de que ele está comprometido em concluir a aquisição.

-- Essa matéria foi traduzida por Mariana d’Ávila, Content Producer da Bloomberg Línea

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