Mercados em queda outros 4 fatos para você saber para começar o dia

Veja os assuntos que devem marcar o sentimento dos mercados ao redor do mundo nesta segunda-feira (13)

Números surpreendentes da inflação de maio, que superaram as expectativas nos EUA, continuam a afetar os mercados nesta segunda (13)
Por Eddie van del Walt
13 de Junho, 2022 | 09:07 AM

Bloomberg — A semana começa com os futuros americanos em queda e uma tensão acerca das projeções de aperto monetário do Federal Reserve. Além disso, as principais criptomoedas também caem, com expectativa para maiores quedas. O relatório de inflação americano, divulgado na última sexta (10) segue refletindo no humor dos mercados. No Oriente, aumentam as tensões entre China e Taiwan, e a semana começa com uma agenda mais tranquila, embora os próximos dias reservem decisões importantes.

1. O colapso continua

Os números surpreendentes da inflação de maio, que superaram as expectativas nos Estados Unidos, continuam a afetar os mercados, que agora precificam o aperto do Federal Reserve em 255 pontos-base ao longo das cinco reuniões restantes da autarquia até o fim do ano. Essa projeção de aumento na taxa básica de juros nos EUA poderia influenciar na valorização das ações americanas, elevar os rendimentos do Tesouro e favorecer um dólar mais forte.

2. Criptos também caem

O bitcoin (BTUSD) cai para seu nível mais baixo em 18 meses, seguindo a queda dos ativos de risco após a divulgação dos números de inflação do CPI dos EUA na sexta-feira (10). Outras criptomoedas também recuam seguindo o amplo movimento de venda. “Ouvimos algumas previsões do bitcoin na faixa de 15 mil a 10 mil, o que reflete o tipo de ambiente macroeconômico que as criptomoedas estão enfrentando pela primeira vez, e também os níveis de medo”, disse Antoni Trenchev, cofundador e sócio-gerente da Nexo, empresa de serviços financeiros de moedas digitais.

Movimentações do ethereum (ETUSD) sugerem que pode haver quedas ainda maiores até o final do ano - esta, impulsionada pelo credor de criptomoedas Celsius Network, que interrompeu saques, resgates e transferências em sua plataforma. Na esteira, a rival Nexo anunciou planos para adquirir os ativos da Celsius.

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3. Mais inflação

A leitura do CPI dos EUA divulgada na sexta-feira (10) parece sugerir uma mudança adicional na movimentação da inflação de bens e serviços - mas ainda é cedo para descartar um choque de oferta. A maioria dos mais de 800 entrevistados da pesquisa MLIV Pulse espera que os preços das commodities subam, principalmente o trigo, e a demanda por carvão aumente à medida que a Europa abandone o gás natural russo.

4. Oriente inflamado

Como se já não fosse suficiente, há sinais preocupantes das tensões crescentes entre a China e Taiwan. Nos últimos meses, as autoridades chinesas afirmaram repetidamente que o estreito de Taiwan não constitui águas internacionais, contrariando a opinião dos EUA e de seus aliados. A política de “ambiguidade estratégica” das relações em torno do Taiwan está sob crescente pressão desde a invasão russa da Ucrânia.

Os comentários do presidente Joe Biden no mês passado sobre o apoio militar dos EUA ao Taiwan, que ele posteriormente retirou, serviram apenas para aumentar as tensões sobre o assunto, que é altamente sensível.

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5. Também hoje...

A agenda de dados de hoje está em branco, sinalizando um começo de semana tranquilo antes de dias que guardam decisões importantes, já que o Federal Open Market Committee (FOMC) divulga na quarta-feira (15) sua decisão de juros e uma série de dados econômicos. Às 15h no horário de Brasília, Lael Brainard, do Fed, fala sobre a Lei de Reinvestimento da Comunidade. Na agenda de divulgações e balanços, a Oracle está entre as empresas que reportam resultados.

– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.

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