BCE precisa subir juros 0,5 pp após inflação recorde, diz membro do Conselho

Debate do BCE sobre juros mudou de quando aumentar as taxas de mínimas recordes para o tamanho dos aumentos necessários

Mercados monetários aumentaram as apostas de aperto do BCE após os comentários
Por Márton Éder
01 de Junho, 2022 | 09:21 AM

Bloomberg — A inflação recorde na zona do euro fortalece a hipótese de uma alta de juros do Banco Central Europeu de meio ponto percentual em julho, segundo o membro do Conselho do Banco Central Europeu, Robert Holzmann.

O chefe do banco central austríaco, um dos principais defensores de uma política mais agressiva do BCE que já vinha pedindo um aumento desse tamanho, disse que a falta de “ação decisiva” agora arriscaria desancorar as expectativas sobre a trajetória dos preços ao consumidor, exigindo medidas mais duras mais tarde que poderiam desencadear uma recessão.

“Um aumento de 50 pontos-base enviaria o sinal claro necessário de que o BCE leva a sério o combate à inflação”, disse Holzmann na quarta-feira em comentários por e-mail à Bloomberg. “Um sinal claro de taxa de juros também ajudaria a sustentar a taxa de câmbio. O euro fraco não ajuda na luta contra a inflação.”

Os mercados monetários aumentaram as apostas de aperto do BCE após os comentários, precificando 0,35 ponto percentual de aumentos de juros até julho - um aumento de 0,01 ponto percentual desde terça-feira, mas ainda abaixo do pico recente de 0,36.

PUBLICIDADE

O debate do BCE sobre as taxas de juros mudou de quando aumentar as taxas de mínimas recordes para o tamanho dos aumentos necessários para controlar a inflação, que agora é mais de quatro vezes a meta oficial de 2%.

Embora Holzmann não esteja sozinho no conselho de 25 membros ao defender um aumento maior do que o normal, o economista-chefe Philip Lane esta semana chamou movimentos de um quarto de ponto de “ritmo de referência” - apoiando a posição da presidente Christine Lagarde.

Veja mais em bloomberg.com

PUBLICIDADE

Leia também

Eletrobras: oferta da década prevê R$ 30 bi, uso do FGTS e lockup. Saiba mais