Bancos chineses devem dar alívio à economia com corte de juros

Taxa primária sobre empréstimos de um ano, que funciona como a taxa básica de fato do país, deve ser reduzida na sexta-feira

Covid
Por Bloomberg News
19 de Maio, 2022 | 08:37 AM

Bloomberg — Os bancos chineses devem reduzir juros pela segunda vez este ano e dar algum alívio a consumidores e empresas em meio ao estrago econômico causado por lockdowns e surtos de covid.

A taxa primária sobre empréstimos de um ano de 3,7% - que funciona como a taxa básica de fato do país - provavelmente será reduzida entre 0,05 a 0,1 ponto percentual na sexta-feira, de acordo com 11 dos 19 economistas consultados pela Bloomberg. Sete deles veem um corte para 3,65%, quatro preveem 3,6% e o restante não espera mudança.

Corte de juros? Maioria dos economistas veem bancos diminuindo o custo de empréstimos de um anodfd

A taxa de empréstimo é baseada nas cotações que 18 bancos oferecem aos seus melhores clientes e é publicada mensalmente pelo Banco Popular da China.

“Vemos alguma chance de um corte de 5 a 10 pontos base esta semana porque os custos de financiamento dos bancos caíram”, disse Frances Cheung, estrategista de taxas do Oversea-Chinese Banking Corp.

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É mais barato para os bancos tomarem empréstimos uns dos outros do que do banco central, com ampla liquidez levando as taxas interbancárias bem abaixo das taxas de empréstimo da autoridade monetária.

Grandes injeções de liquidez vieram da redução em 0,25 ponto percentual da taxa de depósito compulsório para a maioria dos bancos em abril e uma transferência de cerca de 800 bilhões de yuans (US$ 119 bilhões) em lucro para o governo central.

Um corte de juros ajudaria a reduzir os custos das empresas e proporcionaria alívio aos consumidores. Os bloqueios de Covid e um declínio do mercado imobiliário restringiram os empréstimos, com forte queda no volume concedido em abril para o pior nível em quase cinco anos.

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Liquidez ampla: Taxas de juros intrabancárias da China caem abaixo da taxa básicadfd

Economistas estão divididos sobre se os bancos vão reduzir a taxa básica de empréstimo de cinco anos, que é uma referência para hipotecas. Metade dos 14 analistas consultados pela Bloomberg prevê que a taxa permanecerá inalterada em 4,6%, enquanto o restante espera um corte para 4,55% ou 4,5%.

O setor imobiliário está sob forte pressão desde o ano passado, com dados na quarta-feira mostrando uma contração nos preços de casas pelo oitavo mês consecutivo em abril.

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