Brasília em Off: A má vontade com Sachsida e Petrobras

Técnicos admitem que não será possível privatizar a Petrobras, ou mesmo a Pré Sal Petróleo, a PPSA, tão cedo

Se fizesse referência a qualquer medida que o governo possa adotar no curto prazo para conter preços de combustíveis, o novo ministro correria o risco de parecer que foi colocado no cargo para intervir na Petrobras
Por Martha Beck
13 de Maio, 2022 | 04:28 PM

Bloomberg — A turma do ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia que quem criticou as primeiras falas de Adolfo Sachsida como ministro de Minas e Energia tem má vontade. Os técnicos admitem que não será possível privatizar a Petrobras (PETR4) (PETR3) ou mesmo a Pré Sal Petróleo, a PPSA, tão cedo, como o ministro sinalizou, mas dizem que o gesto já foi importante.

Eles alegam que Sachsida não poderia ter citado logo de cara o verdadeiro problema do presidente Jair Bolsonaro: a alta nos preços dos combustíveis e da energia. Se fizesse referência a qualquer medida que o governo possa adotar no curto prazo para conter preços de combustíveis no país, o novo ministro correria o risco de parecer que foi colocado no cargo para intervir na Petrobras.

A campanha de Bolsonaro

A equipe de campanha de Bolsonaro ainda não conseguiu se organizar. Segundo um interlocutor do Palácio do Planalto, existem hoje, pelo menos, cinco marqueteiros dando palpites no tema. O único consenso é que eles devem ficar longe das redes sociais: Essa seara continua sendo do filho do presidente, Carlos Bolsonaro.

A interlocução mais direta com Bolsonaro é feita por outro filho, o senador Flavio Bolsonaro, pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e pelos caciques do Republicanos, Marcos Pereira, e do PL, Valdemar da Costa Neto. Esse último, aliás, aposta na TV para turbinar a candidatura do presidente.

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Flávio é o encarregado de redigir o programa, mas assim como acontece na campanha do ex-presidente Lula, ninguém sabe bem o que estará ali.

Que reforma?

Guedes pode até ter feito a sinalização de retomar a agenda da reforma tributária por meio de uma proposta mais enxuta, que reduza o IR das empresas em troca de alguma taxação sobre dividendos. A verdade, no entanto, é que nada disso tem chance de andar ainda este ano, afirma um auxiliar do próprio ministro.

Um dos problemas, afirma esse auxiliar, é o fato de que o governo está totalmente desguarnecido no Senado desde que Fernando Bezerra deixou a liderança na casa. Embora o líder no Congresso, Eduardo Gomes, esteja acumulando as duas funções, a avaliação dentro da Economia é que a situação é bem ruim.

Viagens de Lula

Lula já disse a seu time de campanha que não quer fazer viagens curtas, de apenas um dia, pelos estados brasileiros. A ideia, segundo um integrante da cúpula petista, é que ele fique mais tempo em cada destino. O ex-presidente quer sinalizar que ele está interessado, de fato, nos assuntos de cada local em que vivem seus eleitores.

Já foram três dias em Minas Gerais e, até o fim de maio, será a vez do Rio Grande do Sul. A bancada nordestina também quer que o ex-presidente vá logo à região, mas a programação de viagens está sendo feita mês a mês. Está em discussão ainda uma ida a estados do norte em junho.

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