Ibovespa segue segundo dia de sell-off no exterior com receio por inflação

Mercado brasileiro segue preocupação global de que problemas nas cadeias de abastecimento possam minar crescimento das economias

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Bloomberg — O Ibovespa (IBOV) operava em queda de 0,83% (104.429 pontos) perto das 10h40 desta sexta-feira (6), seguindo o segundo dia de sell-off das bolsas americanas e europeias. Os mercados reagem fortemente às decisões de alta de juros em vários países desta semana, incluindo Brasil, Estados Unidos e Reino Unido, que alertaram para as previsões piores do que o esperado para a inflação que acomete as cadeias globais.

Tanto os índices norte-americanos como as bolsas europeias operavam no vermelho, enquanto os títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos subiam para acima dos 3%, indicando uma aposta de altas mais contundentes para os juros nos EUA.

O drive dos traders no Brasil são as decisões do Federal Reserve, o banco central americano, e do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil. O recado de ambos os órgãos é que as pressões inflacionárias geradas pela interrupção nas cadeias de logística no mundo, com o lockdown na China e a guerra da Ucrânia, podem ter efeitos muito mais prolongados do que o inicialmente esperado.

Agora, investidores mundo afora ponderam se as autoridades monetárias serão capazes de frear o impulso inflacionário sem conduzir as respectivas economias a uma recessão.

  • Dow Jones (-1,17%), S&P 500 (-1,55%) e Nasdaq 100 (-2,06%)
  • Bolsas europeias também em queda: Dax (-0,39%), FTSE (-1,22%) e CAC (-2,29%)

Por aqui, as grandes varejistas como Via (VIIA3) e outras ações ligadas ao comércio, como Natura (NTCO3) e Petz (PETZ3) recuavam com receios de que a alta inflação do país (de 12,03% nos últimos doze meses, segundo a mais recente medição do IBGE) comprometa o poder de compra dos consumidores.

No movimento oposto, a Petrobras (PETR4) liderava as altas após apresentar fortes resultados no primeiro trimestre graças ao crescimento da produção de petróleo durante o rali deste ano, provocando uma repreensão do presidente Jair Bolsonaro, que quer conter os preços dos combustíveis antes das eleições de outubro.

  • A maior produtora de petróleo da América Latina anunciou R$ 48,5 bilhões em dividendos adicionais a serem pagos em 2022, que correspondem principalmente aos resultados do primeiro trimestre. Supera os R$ 44,56 bilhões que registrou no lucro líquido do período.

Maiores quedas:

  • Natura: R$ 16,47 (-3,9%)
  • Petz: R$ 13,91 (-8,17%)
  • Via: R$ 2,77 (-3,5%)
  • Hapvida (HAPV3): R$ 8,13 (-0,12%)

Maiores altas:

  • Petrobras ON (PETR3): R$ 34,68 (+0,9%)
  • Alpargatas (ALPA4): R$ 20,71 (+4,76%)
  • Petrobras PN: R$ 32,13 (+0,41%)
  • Lojas Renner (LREN3): R$ 23,68 (+3,45%)