Bloomberg — O diferencial entre as taxas de juros no Brasil e no exterior continuará como importante aliado do câmbio, mesmo que os bancos centrais no Brasil e nos Estados Unidos estejam em estágios muitos diferentes de seus processos de aperto monetário, segundo o ex-diretor do BC e fundador da Mauá Capital, Luiz Fernando Figueiredo.
“O diferencial de juros que temos hoje é enorme, mesmo considerando que o Fed tenha de subir o juro para 3% ou 4% para segurar a inflação”, disse Figueiredo.
Ao elevar a Selic para 12,75% na quarta-feira (4), o Copom disse que provavelmente subirá novamente a taxa em junho, em ritmo menor. O BC deve promover um último aumento de 0,5 ponto percentual no próximo mês, a não ser que a inflação continue surpreendendo para cima, disse o ex-diretor do BC.
Enquanto o BC aqui se aproxima do fim do ciclo de aperto monetário, o Federal Reserve deve seguir elevando a taxa nos EUA, depois da alta de 0,5 ponto percentual anunciada na quarta-feira.
Segundo Figueiredo, incertezas sobre a eleição no Brasil em outubro ainda podem pesar no câmbio. Mas, desde que os candidatos a presidente sinalizem que terão responsabilidade fiscal, a probabilidade de o dólar voltar para R$ 4,50 será maior do que ficar em R$ 5,00.
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