Anvisa aprova uso emergencial de medicamento contra covid-19

Antiviral desenvolvido pela farmacêutica Merck foi aprovado anteriormente pela OMS e está em uso em 17 países no mundo

Un bote de píldoras contra el Covid-19 fabricadas por Merck y Ridgeback
05 de Maio, 2022 | 05:09 PM

Bloomberg Línea — A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na quarta-feira (4) o uso emergencial do medicamento molnupiravir para o tratamento da covid-19. O antiviral, conhecido também pelo nome de Lagevrio, é desenvolvido pela farmacêutica Merck Sharp & Dohme (MSD), e atua impedindo a replicação do coronavírus no organismo.

De acordo com a Anvisa, em nota, nos ensaios clínicos o molnupiravir mostrou efeitos benéficos a pacientes adultos com casos leves e moderados, com capacidade de reduzir os casos de hospitalização e mortes. “De uso domiciliar, ele funciona de modo a reduzir as chances do vírus Sars-CoV-2 se multiplicar e reproduzir no corpo”, diz o comunicado.

Mesmo com a aprovação, a diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, reafirmou a necessidade da vacinação completa para conter as transmissões do coronavírus.

“Reitero que a vacinação continua sendo a melhor estratégia para evitar a covid-19 grave, hospitalizações e óbitos. Aqueles que não completaram o curso completo de vacinação têm mais chances de apresentar sintomas moderados ou graves em comparação com aqueles que receberam um reforço, especialmente os mais vulneráveis”.

PUBLICIDADE

Nesta quinta-feira (5), o Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação Oswaldo Cruz (Farmanguinhos/Fiocruz) anunciou um acordo de cooperação tecnológica com a farmacêutica americana MSD para produzir o antiviral no Brasil.

Num primeiro momento, a Fiocruz será responsável pela importação, administração, testagem, armazenagem, embalagem, rotulagem, liberação e fornecimento do medicamento para o Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto a transferência da tecnologia para a produção nacional do molnupiravir deve ser totalmente viabilizada ao longo dos próximos dois anos, de acordo com a Fiocruz.

O acordo também prevê ensaios clínicos para verificar a eficácia em um eventual uso profilático para a covid-19, além de estudos experimentais da atividade do medicamento contra outros vírus, como o da dengue e da chikungunya.

PUBLICIDADE

O medicamento já foi aprovado nos Estados Unidos, Europa, Japão, Reino Unido, Austrália e também pela Organização Mundial da Saúde, a OMS, e é utilizado em 17 países.

Leia também

Covid: Brasil está entre países que mais contribuíram para alta de óbitos

Preços estão altos no Brasil? Na Turquia, inflação já chega a 70%

Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.