Dados de milhões de usuários do Grindr foram usados ​​para vendas: WSJ

Segundo o app de encontros, desde 2020 o aplicativo tem compartilhado menos informações com parceiros de anúncios

Os usuários do Grindr podem compartilhar dados como localização para se conectarem com outros usuários nas proximidades
02 de Maio, 2022 | 10:14 AM

Bloomberg Línea — Dados de milhões de usuários do aplicativo de relacionamentos Grindr foram coletados e disponibilizados para venda, segundo pessoas com conhecimento do assunto ouvidas pelo The Wall Street Journal. Os usuários do Grindr podem compartilhar dados como localização para se conectarem com outros usuários nas proximidades. Informações como essa estavam disponíveis para a venda pelo menos desde 2017 e dados históricos ainda podem ser acessados, pessoas afirmaram ao The Wall Street Journal.

Embora nomes e telefones não tenham sido divulgados, esses dados incluiriam endereços e rotina de localização, segundo pessoas ouvidas pelo jornal.

De acordo com o WSJ, oficiais da segurança americana também indicaram preocupação com o assunto, dizendo que os dados do Grindr foram usados como parte de demonstração para várias agências do governo dos EUA sobre os riscos de inteligência de informações comercialmente disponíveis, de acordo com uma pessoa envolvida na apresentação, disse o WSJ.

Procurado pela Bloomberg Línea, o Grindr disse que “os usuários do Grindr valorizam a privacidade, e colocamos a privacidade de nossos usuários em primeiro lugar, mesmo quando isso significava menor receita. As atividades descritas não seriam possíveis com as atuais práticas de privacidade do Grindr, que temos há dois anos.”

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A empresa disse ainda, por meio de nota, que desde o início de 2020, o aplicativo compartilhou menos informações com parceiros de anúncios do que qualquer uma das grandes plataformas de tecnologia e a maioria de seus concorrentes. “Restringimos as informações que compartilhamos ao endereço IP, ID de publicidade e as informações básicas necessárias para oferecer suporte à entrega de anúncios. O Grindr não compartilha a localização exata dos usuários, não compartilhamos informações de perfil do usuário e nem mesmo dados padrão do setor, como idade ou sexo”, disse a plataforma.

O aplicativo disse ainda que oferece a todos os usuários pelo mundo a opção de controlar se eles querem receber publicidade personalizada.

“O Grindr trabalha com um número limitado de parceiros de anúncios que revisamos semestralmente em relação aos rigorosos padrões de privacidade de dados e práticas recomendadas. As vantagens de reduzir os dados compartilhados com parceiros de anúncios abaixo do padrão do setor são: a qualidade do anúncio é menor para os usuários e, é claro, a receita publicitária do Grindr também é menor”, disse o aplicativo.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups