Bloomberg — Após anos de taxas de referência baixas ou mesmo negativas, os credores da Europa estão finalmente recebendo um impulso muito esperado, à medida que os bancos centrais de todo o mundo apertam a política monetária para combater a inflação crescente.
O UBS Group disse na terça-feira (26) que taxas de juros mais altas devem aumentar a receita em seu negócio de gestão de patrimônio. O HSBC Holdings Plc já está se beneficiando dos aumentos em seu mercado doméstico. E o Banco Santander (SANB11), cuja carteira de empréstimos superou 1 trilhão de euros (US$ 1,1 trilhão) pela primeira vez, está prestes a aumentar as margens à medida que os custos dos empréstimos aumentam em mercados como o Reino Unido, Estados Unidos e Polônia e possivelmente também na zona do euro este ano.
Taxas mais altas “ajudarão nossa receita líquida de juros”, disse Ralph Hamers, CEO do UBS, em entrevista à Bloomberg TV. “Esperamos ventos favoráveis em termos de receita, com mais de um bilhão se materializando no segundo semestre deste ano no negócio de gestão de patrimônio.”
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Os resultados das três empresas – os primeiros grandes bancos da região a divulgar os lucros do primeiro trimestre – superaram as estimativas dos analistas, mesmo com a desaceleração em seus principais mercados asiáticos atingindo o HSBC e o UBS e a guerra na Ucrânia abalando os investidores em ações.
No entanto, com o benefício de taxas mais altas vêm os custos adicionais. No Santander, que enfrenta despesas crescentes em mercados importantes como Espanha e Brasil, os custos operacionais aumentaram 8%, mesmo com o histórico de manutenção do crescimento dos custos abaixo da inflação. Hamers, do UBS, destacou “pressões de custo a respeito dos salários” nos EUA e na Ásia.
No HSBC, onde a receita líquida de juros subiu 7,4% em relação ao ano anterior, o aumento das taxas ajudou a causar uma queda surpresa em uma importante medida de força de capital, que caiu em parte devido a um impacto de US$ 3,1 bilhões em títulos que a empresa mantinha como hedge de taxa de juros. Isso significa que recompras de ações adicionais são improváveis este ano.
O CFO Ewen Stevenson, que adotou um tom bullish em uma chamada com analistas na terça-feira, chamou a queda de “incompatibilidade de timing no capital” e disse que o próximo ano deve ter o resultado inverso. Isso significa “receita de juros líquida muito maior, retornos muito mais altos, capacidade de distribuição muito maior em 2023 e além”.
--Com a colaboração de Katherine Griffiths, Steven Arons e Manus Cranny.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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