Bloomberg — Essa é a próxima grande aposta de mercado que pode enriquecer operadores em Wall Street: a crise global de energia e bancos centrais cada vez mais hawkish derrubam as principais economias em uma estagflação estilo anos 70.
É um tiro no escuro por enquanto, mas a ansiedade está crescendo entre gestores de que este cenário - inflação descontrolada no momento em que o crescimento cai - acabará por se concretizar, especialmente na Europa.
O otimismo em relação ao crescimento global afundou para o nível mais baixo de todos os tempos, segundo levantamento do Bank of America (BAC) junto a gestores de fundos este mês.
As expectativas de estagflação saltaram para 66%, nível mais alto desde 2008. Os preços ao consumidor nos EUA tiveram a maior alta desde o final de 1981 em março, enquanto dados do Reino Unido na quarta-feira mostraram que a inflação excedeu as expectativas pelo sexto mês consecutivo.
Os gestores estão cada vez mais se preparando para más notícias econômicas - e em nenhum lugar mais do que na Europa, desmentindo esperanças que a região superaria os EUA.
A Amundi está se preparando para uma possível desaceleração no continente, a abrdn Plc está comprada em dólar contra o euro e a Vanguard está oferecendo hedging de liquidez.
Outros negócios em voga incluem apostas em exportadores de commodities da Austrália ao Canadá e apostas contra títulos repletos de risco de taxa de juros.

Muitas coisas ruins precisam acontecer antes que se instale um clima de investimento que carrega as marcas da estagflação, com a presidente do Banco Central Europeu Cristina Lagarde entre aqueles que questionam a probabilidade de que isso acontece.
Mas uma coisa é certa: se operadores iniciantes têm experiência limitada com inflação, muito menos se lembrariam de um mundo com preços descontrolados e economias em contração.
Mesmo que as pressões de estagflação sejam limitadas à Europa, elas podem prejudicar traders de Wall Street que apostam no crescimento global.
A região é o epicentro das preocupações, dada a proximidade com a guerra na Ucrânia e as alavancas de crescimento mais fracas.
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