Técnicos da liga de futebol americana se juntam em processo por racismo

Steve Wilks e Ray Horton se uniram a Brian Flores, que acusa a liga de discriminação racial no processo de contratação e promoção

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Bloomberg — Mais dois treinadores negros de times da National Football League se juntaram ao processo por racismo movido contra a liga pelo ex-técnico do Miami Dolphins, Brian Flores.

A nova petição acrescenta o ex-técnico do Arizona Cardinals, Steve Wilks, e Ray Horton, ex-coordenador defensivo do Tennessee Titans, como autores.

Wilks, que agora é coordenador de defesa do Carolina Panthers, afirma que os Cardinals não lhe deram uma chance significativa de ser bem-sucedido como técnico depois de contratá-lo em 2018. Ele afirma que foi ilegalmente discriminado ao ser demitido após uma temporada.

Horton alega que passou por uma falsa entrevista em 2016 para o cargo de técnico do Titans, feita apenas para cumprir a “Regra Rooney” da liga, que exige que as equipes entrevistem candidatos de minorias para cargos de técnico. Horton disse que também foi preterido anteriormente para cargos de técnico no Cleveland Browns, Buffalo Bills e Cardinals.

A NFL não quis comentar.

Debate sobre diversidade

O processo de Flores de 1º de fevereiro desencadeou um amplo debate sobre a diversidade na NFL, pois a maioria dos jogadores, mas apenas alguns técnicos, são negros. Flores também afirmou que passou por entrevistas falsas para cumprir a “Regra Rooney” pelos New York Giants e Denver Broncos.

Segundo o processo, Flores descobriu antes mesmo de sua entrevista no Giants que a equipe contrataria outro candidato quando Bill Belichick, técnico do New England Patriots, enviou uma mensagem de parabéns. Ele o havia confundido com Brian Daboll, disse Flores.

A liga negou as acusações de racismo de Flores, mas também reconheceu que não havia feito o suficiente para diversificar os cargos de técnico e front-office.

O processo de Flores também causou rebuliço com suas acusações de que o proprietário do time, Stephen Ross, ofereceu a ele US$ 100 mil por jogo perdido durante a temporada de 2019, com o objetivo de desfrutar de um melhor draft – evento no qual os times escolhem novos jogadores. Ross negou a acusação, que está sendo investigada pela NFL.

Na nova petição, Flores cita um memorando de 4 de dezembro de 2019 que registrou a acusação do suborno.

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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