Bloomberg — Dezenas de pessoas morreram e pelo menos 300 ficaram feridas após a Rússia bombardear o principal centro ferroviário de evacuação no flanco leste do território controlado pelo governo ucraniano, disseram autoridades.
Pelo menos 30 pessoas morreram quando um míssil russo “Tochka-U” atingiu a principal estação de trem em Kramatorsk, uma cidade a cerca de 75 quilômetros de Donetsk, controlada pelos separatistas, disse o presidente Volodymyr Zelenskiy nesta sexta-feira (8).
A cidade se transformou em um centro de evacuação, oferecendo a cerca de 8 mil pessoas por dia – principalmente mulheres e crianças – a chance de fugir da guerra com a Rússia, disse o prefeito Oleksandr Honcharenko. Fotos divulgadas por Zelenskiy e pelo Ministério da Defesa mostraram vítimas espalhadas entre malas prontas. O ataque foi amplamente condenado pela Ucrânia e pela União Europeia.
“Sem ter as tropas nem a coragem para nos enfrentar no campo de batalha, os russos estão destruindo cinicamente a população civil”, escreveu Zelenskiy no Facebook.
O Ministério da Defesa da Rússia negou a responsabilidade pelo ataque, alegando que o tipo de míssil encontrado no local é usado apenas por forças ucranianas, informou a Interfax.
Horas antes do ataque, as forças russas bombardearam a única ligação ferroviária controlada pelo governo que liga Kramatorsk a partes ocidentais da Ucrânia, informou a ferrovia regional.
Mais de 200 mil moradores da região de Donestk usaram a ferrovia para evacuação desde que a guerra começou em 24 de fevereiro, disse a porta-voz do governo regional, Tetyana Ihnatchenko, à emissora Ukraine 24 TV na sexta-feira.
Como a ofensiva russa contra a Ucrânia parou após seis semanas de combates, Vladimir Putin retirou suas tropas de áreas próximas a Kiev em uma tentativa de focar na ocupação de áreas no sul e leste do país.
A UE criticou duramente o ataque, e o chefe de política externa Josep Borrell publicou em seu Twitter que era “mais uma tentativa de fechar rotas de fuga para aqueles que fogem dessa guerra injustificada e que causa sofrimento”.
Borrell e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, passam por Kiev nesta sexta-feira para se reunir com Zelenskiy.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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