Nestlé defende permanência na Rússia afirmando que comida é ‘direito básico’

“Mas, mesmo em tempos de guerra, acreditamos que os valores e princípios universais devem continuar a ser aplicados”, disse o CEO da Nestlé, Mark Schneider

Depois de muita pressão a Nestlé decidiu manter apenas a venda de produtos essenciais na Rússia, como fórmula infantil e de nutrição
Por Corinne Gretler
07 de Abril, 2022 | 08:33 PM

Bloomberg — A Nestlé disse que o acesso a alimentos é um “direito básico” e um “valor fundamental”, após críticas de que a empresa não reduziu suas atividades na Rússia com rapidez suficiente depois do início da guerra na Ucrânia.

Com o aumento da pressão, a Nestlé disse em 23 de março que suspendeu a maioria de suas atividades na Rússia, mantendo apenas a venda de produtos essenciais, como fórmula infantil e nutrição.

“Para alguns, pode ter parecido que a Nestlé não estava ouvindo com atenção suficiente, ou que não estávamos agindo rápido o suficiente em resposta aos eventos atuais”, disse o CEO Mark Schneider em discurso na assembleia geral anual virtual da empresa. “Mas, mesmo em tempos de guerra, acreditamos que os valores e princípios universais devem continuar a ser aplicados.”

Schneider falou sobre as pressões que as empresas, incluindo a Nestlé, têm enfrentado para ir além das sanções internacionais e deixar o mercado russo. Autoridades ucranianas, incluindo o próprio presidente Volodymyr Zelenskiy, chamaram a atenção da Nestlé e de Schneider por continuarem as operações na Rússia, provocando uma onda de críticas e pedidos de boicotes nas redes sociais.

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“Nos encontramos empurrados pela política global como em nenhum outro momento na história recente”, disse Schneider.

A fabricante do chocolate KitKat e do café Nespresso agora suspendeu a maior parte de sua produção no país.

– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, content producer da Bloomberg Línea.

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