Mexicana Casai compra Loopkey para crescer com parceiros imobiliários

Casai pretende investir US$ 2 milhões em pesquisa e desenvolvimento da Loopkey; empresa permanecerá uma entidade separada

O cofundador e CEO da startup mexicana de hospedagem inteligente Casai. Divulgação/Casai
04 de Abril, 2022 | 08:09 AM

Bloomberg Línea — A mexicana Casai adquiriu sua terceira empresa no Brasil. A startup de aluguéis de curta duração está comprando a Loopkey, empresa de controle de acesso, que fornece um sistema de gerenciamento de entrada integrado com fechaduras eletrônicas. O valor do negócio não foi divulgado, mas a Casai diz que investirá US$ 2 milhões (cerca de R$ 10 milhões) em pesquisa e desenvolvimento da Loopkey.

A Casai recentemente completou três anos. No Brasil, a companhia atua desde maio do ano passado, com foco em acomodações inteligentes e experiência para os hóspedes. “Parte dessa experiência foi garantir que, quando eles fossem dormir, se sentissem seguros. Depois de olhar o mercado percebemos que a Loopkey era a melhor tecnologia para controle de acesso para fechaduras inteligentes e Pedro [cofundador da Loopkey] e eu começamos a conversar sobre uma parceria, pois a Casai era uma grande compradora de suas fechaduras no Brasil”, disse Nico Barawid, CEO e cofundador da Casai.

A startup de hospedagem inteligente vem usando a solução da Loopkey para hardware e software de controle de acesso no Brasil desde então, e Barawid disse que fazia sentido integrar ainda mais com a aquisição. Agora, a Casai planeja estender a tecnologia da Loopkey em toda a região. Segundo Barawid, a Casai pretende oferecer mais soluções semelhantes à Loopkey, para que possa funcionar não só para os hóspedes, mas também para os parceiros imobiliários.

Crescimento da Casai no Brasil

Desde o seu lançamento no Brasil, a Casai diz que cresceu mais de quatro vezes, impulsionada pelas aquisições da Q Apartments em São Paulo e da gestora catarinense Roomin, além da parceria com a Six Stays, empresa paulista de habitação corporativa. Barawid diz que a Casai está bem financiada para essas aquisições. A empresa recebeu mais de US$ 53 milhões das empresas de venture capital Andreessen Horowitz, Monashees, Kaszek e TriplePoint Capital. “Só buscamos aquisições se o time for adequado para a Casai e se for uma cidade onde estamos animados para continuar investindo”, diz o CEO.

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Barawid também é investidor de outras startups da região. “Há tantas questões em que a tecnologia pode desempenhar um papel na América Latina, não apenas hospitalidade, não apenas controle de acesso, mas se você olhar para qualquer setor da economia, há uma enorme oportunidade para a tecnologia. Estou animado para apoiar empreendedores que têm fome, inteligência e também vontade de resolver esses problemas com tecnologia”.

Atualmente, a Casai está presente em seis cidades no México e no Brasil com mais de 1.400 unidades em seu portfólio.

“Não é só a fechadura. É todo o sistema que gerencia as fechaduras”, explica Pedro Salum, cofundador e CEO da Loopkey. Salum fundou a startup ao lado de Daniel Sandoval em 2014, com pesquisadores e alunos da Universidade de Brasília. Em 2018, a empresa lançou sua plataforma de controle de acesso que combina hardware e software na nuvem. Nos últimos 12 meses, a Loopkey processou mais de 3,8 milhões de acessos para players de hotelaria no Brasil.

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O hardware da Loopkey para fechaduras é produzido com uma equipe sediada na China e depois é importado para o Brasil. Agora, a equipe de engenharia da Loopkey em Brasília se junta à Casai, e parte do investimento irá para desenvolver o ecossistema tecnológico de Brasília como um pipeline para engenheiros, segundo Barawid.

No entanto, a Loopkey continuará sendo uma entidade separada da Casai e seus produtos continuarão atendendo seus clientes.

Segundo Salum, embora a Loopkey mantenha suas operações com os clientes atuais, incluindo a rival da Casai, a Housi, a Casai não terá acesso aos dados de usuários da Loopkey. “Queremos ser o primeiro sistema operacional de hotelaria para parceiros imobiliários da América Latina”, acrescentou Barawid.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups