Facebook e Instagram ‘extremistas’? A Rússia acredita que sim

Após bloquear acesso ao Facebook, governo alega que a plataforma não pune clamor por violência contra soldados russos

Se tribunal fizer a determinação em favor do governo da Rússia, todas as operações da empresa entrariam a ilegalidade
Por Jillian Deutsch
11 de Março, 2022 | 07:04 PM
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Bloomberg — Promotores russos pediram a um tribunal para considerar o Facebook e o Instagram, da Meta Platforms (FB), como “extremistas”, informou a Interfax, o mais recente movimento em uma crescente repressão às redes sociais.

As autoridades bloquearam o acesso ao Facebook na semana passada segundo uma nova lei de mídia, mas a designação “extremista”, se aprovada por um tribunal, criminalizaria efetivamente todas as operações da Meta na Rússia. O aplicativo Instagram também seria bloqueado.

A medida veio em meio à crescente tensão entre Moscou e empresas de tecnologia dos Estados Unidos. No início desta sexta-feira (11), presidente da câmara baixa do parlamento, Vyacheslav Volodin, pediu aos promotores que investigassem a Meta depois que a Reuters informou que a empresa havia aliviado temporariamente as restrições internas para pedidos de violência contra soldados russos devido à invasão da Ucrânia.

A Rússia já baniu algumas empresas de mídia social como Facebook e Twitter (TWTR), ao passo que as empresas de tecnologia desmonetizaram as mídias patrocinadas pelo Estado russo e as bloquearam na Europa.

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Exigimos que as autoridades parem com as atividades extremistas da Meta, tomem medidas para levar os responsáveis à justiça. Os usuários do #Facebook e do #Instagram não deram aos proprietários dessas plataformas o direito de determinar os critérios de verdade e colocar países uns contra os outros. [link]

“À luz da invasão em curso da Ucrânia, abrimos uma exceção temporária para que os afetados pela guerra expressem seus sentimentos em relação às forças armadas invasoras, como ‘morte aos invasores russos’”, confirmou um porta-voz do Meta. “São medidas temporárias destinadas a preservar a voz e a expressão das pessoas que estão passando por uma invasão. Como sempre, estamos proibindo os apelos à violência contra os russos fora do contexto restrito da invasão”.

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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