Casa Branca está aberta a abrandar sanções contra Venezuela

Com negociações sobre importação de petróleo e libertação de prisioneiros de guerra, relação entre países parece melhorar

Nesta semana, o presidente dos EUA se reuniu com Nicolás Maduro e se reunirá com Iván Duque, presidente colombiano, nesta quinta-feira (10)
Por Jordan Fabian
10 de Março, 2022 | 03:33 PM

Bloomberg — O governo dos Estados Unidos está disposto a atenuar a pressão econômica sobre a Venezuela, dependendo das negociações entre o presidente Nicolás Maduro e a oposição. A informação veio de um integrante do alto escalão da Casa Branca.

Os comentários indicam que o presidente Joe Biden quer ver progresso na restauração da governança democrática antes de permitir que a Venezuela aumente as exportações de petróleo para os EUA. O mercado global enfrenta uma crise de oferta desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

Uma delegação dos EUA informou autoridades venezuelanas sobre o posicionamento durante uma rara reunião no sábado, disse o integrante da Casa Branca em teleconferência com repórteres. Autoridades americanas discutiram a libertação de dois prisioneiros políticos americanos e pediram que Maduro retome as negociações com líderes da oposição.

As discussões sobre o comércio de petróleo estão acontecendo de forma ampla, e as autoridades dos EUA não se comprometeram com qualquer flexibilização das sanções nem concordaram em trocar o alívio das sanções pela libertação dos prisioneiros, segundo o entrevistado.

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Dias após a reunião, Maduro libertou Gustavo Cárdenas, cidadão americano que era executivo da Citgo, e Jorge Fernandez, cubano de cidadania americana. O líder venezuelano disse na segunda-feira (7) que as conversas com a oposição — que começaram no ano passado no México, mas estão suspensas há meses — devem ser reconsideradas.

A Venezuela está sob sanções econômicas e relativas ao setor petrolífero desde 2019, quando os EUA e outras nações reconheceram o líder da oposição Juan Guaidó como presidente legítimo após alegações de fraude eleitoral. O reengajamento da Casa Branca com o governo Maduro ocorre dentro da tentativa de atrair aliados da Rússia no Ocidente após a invasão da Ucrânia.

Qualquer movimento para retomar as importações de petróleo venezuelano irritaria ainda mais os críticos de Biden, que o acusam de buscar petróleo junto a adversários em vez de fortalecer a produção doméstica. Pelo menos em teoria, os EUA ainda reconhecem Guaidó como líder legítimo da Venezuela e acusam o governo Maduro de violações de direitos humanos e de provocar uma crise humanitária.

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O senador Marco Rubio, republicano que representa o estado da Flórida, planeja apresentar um projeto de lei esta semana que proibiria as importações de petróleo da Venezuela e do Irã.

O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, Bob Menendez, democrata de Nova Jersey e aliado de Biden, pediu que o presidente não retome a compra de petróleo da Venezuela.

“Nicolás Maduro é um câncer para o nosso hemisfério e não devemos dar um novo sopro de vida ao seu regime de tortura e assassinato”, afirmou Menendez em comunicado divulgado na segunda-feira.

A postura dos EUA em relação à Venezuela deve ser discutida durante uma reunião na Casa Branca nesta quinta-feira (10) entre Biden e o presidente colombiano, Iván Duque. Na quarta-feira (9), Duque chamou Maduro de “criminoso de guerra”.

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