Compradores evitam petróleo russo e Brent se aproxima de US$ 120

Compradores continuam evitando o petróleo russo enquanto tentam navegar pelas sanções financeiras à Rússia

West Texas Intermediate (WTI) era negociado perto de US$ 114 o barril, enquanto o Brent estava perto de US$ 116
Por Sharon Cho e Alex Longley
03 de Março, 2022 | 08:46 AM

Bloomberg — Os preços do petróleo atingiram o nível mais alto desde 2008, com compradores evitando o petróleo russo após a invasão da Ucrânia, enquanto a Opep+ está fazendo o possível para ignorar a guerra iniciada por um de seus principais membros.

O West Texas Intermediate (WTI) era negociado perto de US$ 114 o barril, enquanto o Brent estava perto de US$ 116. Os compradores continuam evitando o petróleo russo enquanto tentam navegar pelas sanções financeiras à Rússia, e os traders estão apostam que os preços continuarão subindo. A invasão despertou preocupações de abastecimento nos mercados de commodities, de energia a metais e grãos, levando consumidores, incluindo a China, a vasculhar o mundo em busca de matérias-primas.

O aumento dos custos do petróleo está aumentando as pressões inflacionárias sobre a economia global, elevando os preços de tudo, desde a gasolina na bomba até o diesel usado pelos consumidores industriais.

Apesar da turbulência, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados estão à margem. O grupo manteve o aumento de produção de 400 mil barris por dia que estava programado para abril e encerrou a reunião de quarta-feira em um tempo recorde de apenas 13 minutos, disseram os delegados. O ministro mexicano de Energia, Rocio Nahle, tentou levantar o assunto da Rússia, mas outros membros da coalizão liderada pela Arábia Saudita rapidamente passaram para outros assuntos sem qualquer discussão, disseram eles.

PUBLICIDADE

A Agência Internacional de Energia alertou que a segurança energética global está ameaçada e uma liberação emergencial planejada de reservas de petróleo pelos EUA e outros fez pouco para conter os temores do mercado. A Surgutneftegas PJSC não conseguiu vender pela terceira vez o petróleo russo que estava oferecendo.

Os EUA e seus aliados até agora se abstiveram de sancionar as exportações de petróleo da Rússia devido a preocupações com o impacto do aumento dos preços da energia sobre os consumidores, mas o comércio está paralisado à medida que os bancos retiram o financiamento e os custos de envio aumentam. Mesmo antes da invasão, a gasolina no varejo americano estava em seu nível mais alto desde 2014.

“Há temores reais de um aperto na oferta”, disse Kim Kwangrae, analista sênior de commodities da Samsung Futures, em Seul. “Se a situação na Ucrânia se deteriorar, estamos olhando para outro rali”.

PUBLICIDADE

Preços do petróleo

  • O West Texas Intermediate para entrega em abril subia 2,8%, para US$ 113,64 o barril às 6h34, horário de Brasília, depois de chegar a US$ 116,57
  • O Brent para liquidação de maio avançava 2,5%, para US$ 116,05 o barril.
  • Os contratos futuros de gasolina da Nymex subiam 6,5%, para US$ 3,5122 o galão, o nível mais alto desde 2008.

O Brent permanece em profundo retrocesso, uma estrutura de alta onde os barris imediatos são mais caros do que os carregamentos de data posterior, indicando nervosismo com o aperto da oferta. O spread imediato do benchmark foi de US$ 5,55 por barril, em comparação com US$ 1,39 no início do mês passado.

O governo Biden disse na quarta-feira que está buscando degradar o status da Rússia como um dos principais produtores de petróleo e gás natural, restringindo as exportações de tecnologia relacionada ao setor de energia. As principais petrolíferas do mundo, incluindo BP, Shell e Exxon Mobil, também se comprometeram a sair da Rússia.

Separadamente, a Energy Information Administration informou que os estoques de petróleo dos EUA caíram 2,6 milhões de barris na semana passada. Os estoques no centro de armazenamento em Cushing caíram pela oitava semana, enquanto os suprimentos de gasolina também diminuíram.

Leia também

Alemanha apreende superiate de US$ 600 milhões do bilionário russo Usmanov

Gasolina nas alturas