Guedes: Fed está ‘dormindo no volante’ e inflação no Brasil pode ser menor que nos EUA

Guedes voltou a afirmar que o Brasil terá investimentos privados da ordem de US$ 200 bilhões até o final deste ano

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Bloomberg Línea — O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em entrevista à Bloomberg TV que o Federal Reserve está “dormindo no volante” e que a inflação brasileira pode ficar menor do que a americana ainda neste ano.

“Como o país retirou incentivos monetários e fiscais durante a pandemia, a inflação do Brasil pode ser menor que a dos EUA neste ano”, afirmou Guedes, durante a entrevista, em Nova York. “Acredito que o Brasil pode surpreender para melhor nesse sentido”, disse.

O ministro disse que governo vê a inflação caindo este ano do patamar de 10% para perto de 5%. “Basicamente é uma inflação global, quando falamos de inflação no Brasil”, afirmou.

Sobre a conjuntura internacional, o ministro afirmou que o Federal Reserve está “dormindo ao volante” enquanto a inflação acelera.

“O Federal Reserve está bem atrás da curva. O Banco Central Europeu está atrás da curva. Estou muito mais preocupado com vocês aqui [nos EUA]. A inflação estava chegando e o Federal Reserve estava dormindo no volante. A grande arbitragem global com a força de trabalho barata asiática acabou. Acho que vocês deveriam ficar bem preocupados com o futuro aqui”, disse.

Contratos assinados e não PowerPoints

Para o ministro, o Brasil está fora de sincronia com a economia global, que enfrenta uma desaceleração em meio a diversos desafios com a retirada dos estímulos. “O Brasil está em outra direção. A coisa mais importante que ocorre no país é uma transição de uma economia puxada pelo estado para uma economia puxada pelo mercado”, disse.

Guedes voltou a afirmar que o Brasil terá investimentos privados contratados da ordem de US$ 200 bilhões até o final deste ano. Ele afirmou que são investimentos nos setores de óleo e gás, elétrico, portos, cabotagem, entre outros.

“São contratos assinados, não são PowerPoints ou planos”, disse ele. “Este é um reinvestimento do setor privado para os próximos 10 anos.”

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