Preço do milho atinge patamar mais alto da história

Conflitos na Ucrânia puxam preços do cereal e também do trigo

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Bloomberg Línea — Os preços do milho dispararam hoje na Bolsa de Chicago. O vencimento para março subiu 3,36% e atingiu o maior patamar já registrado pelo cereal na bolsa americana, cotado a US$ 6,7625 por bushel.

Dentro da mesma tendência, os preços do trigo, também para março avançaram 5,36% e terminaram a terça-feira a US$ 8,3975 por bushel, enquanto as cotações da soja subiram 5,47% para US$ 16,35 por bushel (veja mais na tabela abaixo).

A valorização dos preços em Chicago foi uma reação do mercado após a decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconhecer a independência de duas regiões separatistas da Ucrânia e enviar tropas para a região. Em resposta, a União Europeia e Estados Unidos anunciaram um pacote de sanções contra pessoas e entidades diretamente ligadas ao reconhecimento russo.

No mercado, o sentimento é que o conflito possa trazer instabilidade no fluxo logístico não apenas de alguns produtos agrícolas, mas também de insumos. Rússia e Ucrânia são grandes produtores de milho e trigo e abastecem boa parte da Europa e também alguns mercados asiáticos. No caso do trigo, o Brasil costuma ser cliente dos dois países quando não encontra o abastecimento necessário na América do Sul, especialmente na Argentina.

No caso dos insumos, a região é fornecedora de petróleo e gás natural, mas também abastece boa parte de grandes produtores agrícolas, como o Brasil, com fertilizantes. No momento, ainda não há registros que o trânsito no Mar Negro tenha sido prejudicado pelo conflito.

No campo das ações, os papéis da BRF encerraram o dia com valorização de 5,51%. O mercado recebeu bem os nomes indicados pela Marfrig para concorrer na próxima eleição do Conselho de Administração, marcada para 28 de março. Na lista da Marfrig, a proposta é mudar 80% dos membros atuais, incluindo o atual presidente e três ex-ministros.

A empresa também anunciou os resultados do quarto trimestre. O balanço apresentou lucro, superior ao mesmo período do ano anterior, mas com resultado anual consolidado de 2021 inferior ao de 2020.