Grindr reforça privacidade de atletas nos Jogos Olímpicos de Pequim

Aplicativo de relacionamentos desativou a função ‘Explorar’ dentro da Vila Olímpica e em suas imediações para proteger atletas

Após retirar o aplicativo da App Store na China, recurso de busca por usuários foi desativado
Por Bloomberg News
08 de Fevereiro, 2022 | 08:54 AM

Bloomberg — O Grindr, aplicativo de relacionamentos para gays, ajustou as configurações de privacidade na Vila Olímpica de Pequim – medida projetada para proteger os atletas de perseguição ou assédio.

Pessoas dentro ou perto da Vila Olímpica poderão usar o Grindr para se encontrarem durante os Jogos, mas a mudança em relação às Olimpíadas anteriores é que seus perfis não serão visíveis em todo o mundo.

“Queremos que o Grindr seja um espaço onde todos os atletas queer, independentemente de onde sejam, se sintam confiantes para se conectar enquanto estiverem na Vila Olímpica”, disse Jack Harrison-Quintana, diretor do Grindr for Equality, um departamento da empresa.

Normalmente, os usuários do Grindr em qualquer lugar podem usar a função “Explorar” para encontrar participantes das Olimpíadas usando o aplicativo e, durante eventos anteriores, pessoas de fora dos jogos usaram o recurso para divulgar atletas nas mídias sociais e, certa vez, em um grande meio de comunicação americano.

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É a primeira vez que a empresa faz isso para uma das Olimpíadas, embora o Grindr tenha desativado a função “Explorar” para determinados países e regiões nos quais ser gay é ilegal ou considerado arriscado. A China descriminalizou a homossexualidade em 1997, mas há pouca proteção para pessoas LGBTQ ou reconhecimento de comunidades queer.

Durante as Olimpíadas de 2022, os usuários do Grindr dentro e perto da bolha olímpica receberão um alerta na tela que diz: “Sua privacidade é importante para nós. Nosso recurso Explorar foi desativado na Vila Olímpica para que as pessoas fora de sua área imediata não possam navegar aqui”. Ainda é possível encontrar usuários “próximos” ou pesquisar perfis adicionados recentemente.

Em 2020, a proprietária chinesa do Grindr, a Beijing Kunlun Tech, vendeu o aplicativo para investidores por cerca de US$ 600 milhões depois que os órgãos reguladores dos Estados Unidos exigiram o desinvestimento por motivos de segurança nacional. Na semana passada, o Grindr removeu seu aplicativo da App Store da Apple (AAPL) na China, alegando dificuldades em mantê-lo em conformidade com a Lei de Proteção de Informações Pessoais do país.

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Com sede em Los Angeles, o Grindr afirma ter mais de 10 milhões de usuários em todo o mundo.

--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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