Promessas climáticas de CEOs estão bem longe do necessário, diz estudo

Dentre 25 empresas estudadas, apenas três se comprometem com a descarbonização de sua cadeia de valor total

Quase metade delas não estabeleceram objetivos climáticos específicos para a data limite
Por Frances Schwartzkopff
07 de Fevereiro, 2022 | 08:50 AM

Bloomberg — Os planos divulgados pelos CEOs das maiores empresas do mundo só levarão a uma redução de 40% nas emissões médias de carbono até meados deste século, ficando muito aquém da meta de zero líquido necessária para evitar um aquecimento global catastrófico, segundo nova análise do NewClimate Institute e do Carbon Market Watch.

As organizações sem fins lucrativos analisaram 25 das maiores empresas do mundo que prometeram “alguma forma” de meta de zero emissões e descobriram que apenas três “claramente se comprometem com a descarbonização profunda de mais de 90% de sua cadeia de valor total” nos prazos estabelecidos.

Além disso, as metas de curto prazo para 2030 “ficam bem aquém da ambição necessária para se alinhar com as metas internacionalmente acordadas no Acordo de Paris e evitar os efeitos mais danosos das mudanças climáticas”, afirmaram as organizações. Elas rogam aos governos que reprimam as empresas que fazem promessas exageradas de zero líquido e proíbam o uso de sumidouros de carbono não permanentes, como florestas, para compensar as emissões.

Pressionadas por interessados, pela pandemia e por enchentes e incêndios extremos, as empresas estão fazendo novas promessas para resolver a mudança climática quase diariamente. Contudo, as estruturas regulatórias globais para testar propostas e responsabilizar as empresas continuam subdesenvolvidas.

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O NewClimate Institute e o Carbon Market Watch disseram que estão lançando um Monitor de Responsabilidade Climática Corporativa para verificar a solidez das promessas climáticas em meio a uma “falta geral de supervisão regulatória nos níveis nacional e setorial”.

O que constatou o estudo

  • As três empresas que apresentam planos claros e “profundos” de descarbonização são a AP Moller-Maersk (AMKB), Vodafone Group (V1OD34) e Deutsche Telekom (DTE)
  • Pelo menos cinco empresas se comprometem a reduzir as emissões em menos de 15% e geralmente excluem as chamadas emissões a montante ou a jusante
  • 12 empresas não estabeleceram nenhum compromisso específico de redução de emissões para o ano-limite

--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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