Biden prevê interrupção de gasoduto se a Rússia invadir a Ucrânia

Projeto do Nord Stream 2 através do Mar Báltico deverá transportar até 55 bilhões de metros cúbicos por ano da Rússia para a Alemanha

Projeto de gasoduto estava previsto para iniciar as operações até o final de 2019, mas enfrentou diversos obstáculos regulatórios
Por Birgit Jennen - Jenny Leonard
07 de Fevereiro, 2022 | 07:36 PM

Bloomberg — O presidente dos Estados Unidos Joe Biden disse que o controverso gasoduto Nord Stream 2 entre a Rússia e a Alemanha será interrompido se o presidente Vladimir Putin ordenar uma invasão da Ucrânia.

“Vamos acabar com isso”, disse Biden em uma coletiva de imprensa conjunta na Casa Branca nesta segunda-feira (7) ao lado do chanceler alemão Olaf Scholz, em uma breve pergunta sobre se ele recebeu garantias de Scholz. “A noção de que o Nord Stream 2 vai avançar com uma invasão dos russos – isso não vai acontecer.”

Moscou negou repetidamente que planeja atacar a Ucrânia, enquanto o Reino Unido e os EUA dizem que a Rússia reuniu quase 130.000 soldados perto da fronteira.

Scholz, que tende a enfatizar a urgência da diplomacia com a Rússia, foi estranhamente contundente ao alertar sobre o preço potencial que o Kremlin poderia pagar.

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Pressionado sobre se ele se comprometeria a sancionar o Nord Stream 2, Scholz evitou uma mensagem direta, mas mudou para o inglês para deixar claro que não havia discordância entre a Alemanha e seus aliados. Ele também não fez nenhum esforço para dissipar a promessa de Biden de que o gasoduto seria interrompido.

“Estamos agindo juntos, estamos absolutamente unidos – e não vamos dar passos diferentes”, disse Scholz. “Faremos os mesmos passos, e eles serão muito, muito difíceis para a Rússia – e eles deverão entender.”

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O Nord Stream 2, uma ligação de gás através do Mar Báltico, deverá transportar até 55 bilhões de metros cúbicos por ano da Rússia para a Alemanha. O projeto estava inicialmente previsto para iniciar as operações até o final de 2019, mas enfrentou diversos obstáculos regulatórios.

A principal diplomata de Scholz, a ministra das Relações Exteriores Annalena Baerbock, disse anteriormente que a maior economia da Europa está disposta a resistir a qualquer impacto que venha com cortes de oferta.

“A Alemanha está pronta para pagar um alto preço econômico”, disse Baerbock, em Kiev, na segunda-feira (7). A ministra das Relações Exteriores, membra do partido Greens, foi mais explícita do que Scholz ao prometer atacar o Nord Stream 2 se uma invasão ocorrer.

As negociações em Washington, nos EUA, ocorreram em meio a uma onda de diplomacia sobre as tensões com a Rússia. O presidente francês Emmanuel Macron conversou com Putin simultaneamente em Moscou. Macron era esperado em Berlim na terça-feira.

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