Cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana

Além da ata do Copom e divulgação do IPCA cheio de janeiro, Petrobras, Vale e bancos são destaques na agenda corporativa

Trabajadores caminan fuera de un edificio de Petrobrás.
Por Josue Leonel
04 de Fevereiro, 2022 | 08:16 PM

Bloomberg — Mercado buscará na ata do Copom, na terça-feira (8), mais detalhes sobre a indicação de ritmo menor da alta da Selic. Juros ainda reagirão ao IPCA e dados de atividade.

No exterior, CPI nos EUA e falas de Bailey e Lagarde podem gerar volatilidade. Investidor ainda monitora PEC dos combustíveis no Congresso e início da ampliação do acesso aos depósitos voluntários. Petrobras, Vale e bancos são destaques corporativos.

Ata e IPCA

Juros futuros devem reagir à ata do Copom após queda forte no dia seguinte à decisão do BC, reduzindo o prêmio para alta maior que 1pp da Selic em março. O dólar subiu com a visão de um Banco Central mais dovish e interrompeu uma queda de cinco dias. Entre as dúvidas do mercado, está se a esperada alta menor da Selic no próximo Copom será a última do ciclo ou se haverá uma elevação adicional, em maio.

Agenda forte de dados também poderá afetar o mercado. IPCA fechado de janeiro sai dia 9, após IPCA-15 superar estimativas. Ainda serão divulgados na semana o IGP-DI e indicadores do varejo e serviços do último mês de 2021, além do IBC-Br.

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CPI-EUA e BCs europeus

Após o Payroll forte nesta sexta pressionar os ativos de risco, mercados devem reagir no dia 10 ao CPI de janeiro nos EUA. Expectativa é de 0,5% no comparativo mensal, mesma taxa de dezembro, mas com aceleração no comparativo anual de 7% para 7,3%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, fala no dia 7 e seu colega do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, no dia 10, depois de a perspectiva de políticas mais agressivas impulsionar os yields europeus nesta semana. O mercado chinês retorna após feriado do ano novo lunar. BC russo decide juros.

Veja mais: Aumento de empregos nos EUA supera estimativas

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PEC e eleições

O Congresso deve seguir discutindo nas próximas sessões os projetos que tentam reduzir a alta dos combustíveis. A Câmara recebeu na quinta-feira (3) a emenda dos combustíveis, proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e que permite que União, estados e municípios zerem ou reduzam parcialmente as alíquotas de tributos que incidem sobre combustíveis e gás. O texto foi apresentado pelo deputado Christino Áureo (PP-RJ) e encaminhado pela assessoria do parlamentar.

Poderão ser reduzidas as alíquotas de tributos de caráter extrafiscal, o que abrange IOF, Cide e IPI. O senador Carlos Favaro (PSD-MT) também apresentou uma PEC nos mesmos moldes, mas que propõe medidas adicionais em relação ao projeto da Câmara.

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Depósitos remunerados

O BC ampliará o acesso aos depósitos voluntários remunerados para fins de política monetária para instituições financeiras a partir de segunda-feira. O BC passará a acolher depósitos de instituições financeiras titulares de conta Reservas Bancárias ou de Conta de Liquidação. Atualmente, o acesso é facultado somente às instituições credenciadas a operar como dealers com o Demab.

Petrobras, Vale e balanços

Petrobras, no dia 9, e Vale, dia 10, antecipam dados de produção e vendas do último trimestre e de 2021. Itaú Unibanco, no dia 10, e Bradesco, dia 8, divulgam balanços. Klabin, Suzano e Usiminas também estarão entre empresas que informam resultados nos próximos dias. Hapvida e Intermédica divulgam as potenciais sinergias da combinação de negócios das duas empresas, e os credores da Samarco devem se reunir em assembleia em primeira convocação, segundo determinação do juiz. Tribunal do Cade discutirá a venda da unidade móvel da Oi para Claro, Vivo e Tim.

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