CBA começa a integrar a Alux e mira alumínio para indústria automotiva

Companhia Brasileira de Alumínio ainda tem opção de compra de 20% da fornecedora de ligas secundárias

Fábrica da Alux do Brasil, localizada em Nova Odessa, região metropolitana de Campinas, no interior de São Paulo, vai reforçar capacidade de produção de alumínio reciclado da CBA
01 de Fevereiro, 2022 | 06:27 PM

São Paulo — A Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3), unidade de alumínio da Votorantim, informou que deu início, nesta terça-feira (1º), ao processo de integração da operação da Alux do Brasil, situada em Nova Odessa, no interior de São Paulo, após a conclusão da compra de 80% da empresa e transferência do controle, efetivados ontem.

Com isso, a CBA consegue ampliar sua capacidade produtiva de alumínio reciclado, de olho na maior demanda pelo produto, pois a Alux do Brasil é uma das maiores fornecedoras de ligas secundárias de alumínio no Brasil. Em comunicado, a CBA considera que a atuação no mercado de ligas secundárias terá como foco o segmento automotivo, que tem consumido cada vez mais alumínio para a produção de veículos.

Veja mais: Cade aprova aquisição da Alux do Brasil pela CBA

A indústria automotiva é considerada um mercado estratégico para a CBA no fornecimento de ligas para rodas, folhas, chapas e extrudados. Esses produtos de alumínio são utilizados em componentes estruturais em crash management system, barras de proteção de porta e sistema de freios ABS, além de outras aplicações. Com a produção de ligas secundárias, a CBA diz que passará a fornecer também para fabricantes de injeção de peças para motores à combustão, pistões, entre outros.

PUBLICIDADE

Veja mais: CBA aposta em expansão de olho em déficit global de alumínio

Para a CBA, esse movimento é promissor, considerando que o uso do alumínio em aplicações automotivas é uma tendência em todo o mundo, pois o metal melhora a performance, a segurança e o consumo energético dos automóveis e contribui para uma produção veicular sustentável, de alta eficiência energética e baixa emissão de CO² (gás de efeito estufa).

A unidade da Alux permitirá à CBA entrar em um novo segmento de mercado além de ampliar sua capacidade produtiva de alumínio reciclado em cerca de 20%. A aquisição reforça o posicionamento da CBA no mercado de reciclagem no Brasil e amplia suas bases para expansões adicionais no futuro, incluindo novos mercados, diz o comunicado.

PUBLICIDADE
Alux do Brasil é uma das maiores fornecedoras de ligas secundárias de alumínio no Brasildfd

Integração

A CBA lembra que tem ainda a opção de compra dos 20% restantes da Alux a partir do terceiro ano da assinatura do contrato. O acordo entre as empresas foi aprovado, sem restrições, pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), no mês passado.

“A aquisição está alinhada à nossa estratégia de longo prazo de ampliar a capacidade de alumínio reciclado e também reforça o nosso compromisso de produzir alumínio com uma pegada de carbono cada vez menor”, disse Ricardo Carvalho, CEO da CBA, em nota.

A companhia já produz alumínio de baixo carbono e tem como objetivo reduzir 40% da sua emissão de gases do efeito estufa até 2030 nos processos desde a mineração até a etapa de fusão.

Nos próximos 100 dias, a CBA diz que promoverá a integração dos negócios. Nesta fase, a companhia afirma que irá desenvolver e implementar as sinergias logísticas, industriais e comerciais entre a Alux e as operações da CBA, avaliando em profundidade as oportunidades de melhoria de eficiência em geral.

“A integração ocorrerá gradativamente, envolvendo empregados, fornecedores e clientes, valorizando e respeitando as pessoas, a diversidade de culturas e ideias, construindo uma base sólida para crescimentos futuros”, informou Carvalho.

Segundo divulgou hoje o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), o preço internacional do alumínio subiu 45% em 2021.

PUBLICIDADE

Leia também

Por que ação da B3 teve a melhor rentabilidade do Ibovespa em janeiro?

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.