Bloomberg — A Unilever planeja cortar 15% de seus cargos da alta gerência para acelerar o processo de tomada de decisões, depois que o investidor ativista, Nelson Peltz, acumulou uma participação na gigante de bens de consumo.
Alan Jope está fazendo seus maiores cortes de empregos desde que se tornou CEO, há três anos, eliminando cerca de 1.500 posições, num momento em que a Unilever também reduz a equipe de gerentes de primeira linha em 5%. A empresa está criando unidades independentes de sorvete, beleza e cuidados pessoais ao reorganizar seus negócios em cinco grupos.
Jope está em um momento crucial, sob crescente pressão para traçar um novo rumo, já que o preço das ações da empresa está atrás dos rivais.
“Ainda não estamos ouvindo o que queremos”, escreveram analistas do Royal Bank of Canada liderados por James Edwardes Jones. “O novo modelo operacional anunciado hoje pode facilitar os desinvestimentos, mas preferimos que eles se concentrem em reinvestir a economia de custos em suas marcas e categorias. Também não há sinais de qualquer mudança de cultura, já que todos os novos chefes de segmento já são funcionários da Unilever.”
Entre os gerentes seniores que estão de saída está Sunny Jain, ex-executivo da Amazon.com, que substituiu Jope como presidente do braço de beleza e cuidados pessoais da Unilever em 2019. Esse negócio, que vem crescendo no ritmo mais lento entre as três principais divisões da Unilever, está sendo dividido em dois sob a nova organização.
A decisão da Unilever de também separar seus negócios de Alimentos e Lanches em duas entidades separadas trará mais transparência ao desempenho de suas operações de sorvetes, que incluem marcas como Ben & Jerry’s, Klondike e Magnum e tem sido especulada por alguns analistas como um potencial alvo de descarte.
Jope está buscando reorganizar o negócio de alimentos em torno de hábitos mais saudáveis, com o objetivo de construir um portfólio de marcas alternativas de carne e laticínios à base de plantas, que gerarão 1 bilhão de euros em receita até 2025. Ele também expandiu a empresa para um espaço de rápido crescimento: vitaminas, minerais e suplementos, com a aquisição da Olly Nutrition em 2019.
A Unilever abandonou na semana passada o plano de expansão por meio da aquisição dos negócios de saúde do consumidor da GlaxoSmithKline, depois que a farmacêutica rejeitou suas ofertas e os investidores menosprezaram a oferta. O gerente do fundo, Terry Smith, chamou a oferta de “experiência de quase morte”. Apenas alguns dias antes, ele havia encorajado a Unilever a se concentrar mais em consertar seu próprio negócio do que em promover a cultura de sustentabilidade de marcas como a maionese Hellmann’s.
A empresa emprega cerca de 150.000 pessoas em todo o mundo.
A Trian Fund Management de Peltz acumulou uma participação na Unilever nos últimos meses, como informaram fontes familiarizadas com a situação no início desta semana. O tamanho exato da participação de Peltz, bem como suas intenções não foram revelados.
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.
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