Veja quanto a safra do Brasil já encolheu por causa da seca

Estiagem na região Sul do país vai prejudicar produção de soja e da primeira safra de milho no Paraná e colheita do milho no Rio Grande do Sul

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Bloomberg Línea — A estiagem que atinge a região Sul do Brasil vai reduzir a colheita de grãos neste ano. Em pleno desenvolvimento, as lavouras de soja e milho do Paraná e do Rio Grande do Sul são as mais prejudicadas até o momento pela falta de chuvas.

Já é dado como certo que o Brasil vai produzir 6,7 milhões de toneladas de grãos a menos do que o estimado em dezembro do ano passado. Desse total, 6,6 milhões são referentes às perdas registradas apenas nas culturas de soja e milho nos dois Estados do Sul do país.

No Paraná, a maior perda é registrada na primeira safra de milho. A produção de 4,2 milhões de toneladas estimada em dezembro acaba de ser revista para 2,7 milhões de toneladas, um corte de 35,5% em apenas um mês. Na prática, 1,5 milhão de toneladas deixarão de ser colhidas. Para a segunda safra, que ainda será plantada, a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) permanece exatamente a mesma desde quando os números da safra 2021/22 começaram a ser divulgados, em outubro do ano passado.

No caso da soja, que divide espaço com a primeira safra de milho no Paraná, as perdas são menores em termos percentuais, mas, maiores em termos absolutos. A Conab cortou em 10,9% sua previsão de colheita, reduzindo de 20,7 milhões de toneladas em dezembro para as atuais 18,4 milhões de toneladas.

Já no Rio Grande do Sul, a lavoura de soja, plantada um pouco mais tarde do que no Paraná, ainda não sentiu os efeitos da seca. A expectativa é que sejam colhidas 21,2 milhões de toneladas no ciclo 2021/22, volume quase 1% maior do que o previsto em outubro e 1,2% superior à produção do ano passado.

Contudo, a produção gaúcha de milho já foi duramente afetada. Algumas estimativas indicam que apenas as áreas cultivadas com o suporte da irrigação é que conseguirão ser colhidas. Até dezembro, a Conab projetava uma produção de 5,9 milhões de toneladas, porém, em seu relatório de janeiro, fez um corte superior a 48%, revendo sua expectativa para pouco mais de 3 milhões de toneladas. Com isso, quase 3 milhões de toneladas de milho deixarão de ser colhidas no Rio Grande do Sul.

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