Mercado derrete e arrasta ativos de risco no pior pregão desde setembro

Expectativa de alta de juros, oscilações na renda fixa global e alertas de empresas sobre impacto da ômicron pesam

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Bloomberg Línea — Os mercados de ações e ativos de risco em geral enfrentam nesta segunda-feira um dos piores pregões desde setembro do ano passado. Expectativa de aumento de juros nos EUA para conter a inflação, com forte impacto no mercado de renda fixa global, e alertas de empresas sobre o impacto das contaminações pela variante ômicron nos negócios alimentam um cenário já tenso entre os investidores.

  • Na bolsa de Nova York, o índice S&P 500 (SPX) teve baixa de mais de 2% no final da manhã, rumo a sua quinta queda consecutiva. Por volta das 11h10 (13h em Brasília), o S&P 500 recuava 1,73 e o Dow Jones (INDU) tinha baixa de 1,2%;
  • Na Nasdaq, o Nasdaq 100 (NDX), referência do setor de alta tecnologia, teve desempenho inferior aos principais benchmarks, com desvalorização de até 2,7%. Também neste horário, recuava 1,8%;
  • Na renda fixa, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos (GT10) saltaram para cerca de 1,8%.
  • O Bitcoin (BTC) caiu para menos de US$ 40 mil pela primeira vez desde setembro.

Contexto

Os mercados enfrentam maior volatilidade à medida que a liquidez pandêmica que ajudou a levar as ações a níveis recordes é retirada. O Federal Reserve provavelmente aumentará as taxas de juros quatro vezes este ano e iniciará seu processo de redução no balanço já em julho, se não antes, de acordo com o Goldman Sachs Group Inc.

Seguindo o exterior mais avesso ao risco, o Ibovespa (IBOV) acentuava queda neste início de tarde, com recuo para perto dos 100 mil pontos. Os investidores avaliam como o índice brasileiro irá se posicionar neste ano de eleição presidencial e de possível recuperação da pandemia.

Perto das 13h10, o Ibovespa caía 1,33%, a 101.402 pontos, perto da mínima da sessão

  • Magazine Luiza (MGLU3) e Petz (PETZ3), ligadas ao varejo, eram as maiores contribuições para o recuo do índice, enquanto Banco Inter (BIDI11) e o Méliuz (CASH3) recuavam com maior procura por ações ligadas ao crescimento;
  • Seguindo isso, Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) tinham as maiores contribuições de alta, apesar das chuvas que castigam Minas Gerais e ameaçam algumas das barragens das companhias;
  • Já o dólar avança 0,91%, com o menor apetite por risco também pressionando a moeda, a R$ 5,6866;
  • Os vencimentos dos juros seguem o mesmo caminho e avançam. O DI para janeiro de 2023 subia de 11,975% para 12,060%;

Mais cedo, os economistas consultados pelo Banco Central para a pesquisa Focus afirmaram que a taxa básica de juros, a Selic, deve chegar a 11,75% até o final do ano, enquanto o PIB deve avançar somente 0,28%. Para o dólar, os especialistas esperam que fique cravado em R$ 5,60 até o final do ano.

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