NY quer exigir divulgação de impacto social e ambiental do setor de moda

Lei pode se aplicar a empresas como Armani, LVMH e Nike com receita global acima de US$ 100 milhões

Estado quer exigir divulgação de impacto social e ambiental do setor de moda
Por Todd Woody
07 de Janeiro, 2022 | 10:14 PM

Bloomberg — Nova York pode se tornar o primeiro estado dos EUA a exigir que as marcas globais de moda divulguem relatórios sobre impactos sociais e climáticos, além de medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A proposta faz parte de um projeto de lei apresentado na legislatura estadual.

Se aprovada e transformada em lei, o chamado Fashion Sustainability and Social Act se aplicará a empresas como Armani, LVMH, Nike e outras companhias de vestuário com mais de US$ 100 milhões em receitas anuais em todo o mundo que fazem negócios em Nova York. As empresas que não cumprirem a lei podem ser multadas em até 2% do faturamento de US$ 450 milhões ou mais, de acordo com a legislação.

A indústria da moda é responsável por até 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, de acordo com as Nações Unidas.

O projeto foi apresentado em outubro e encaminhado a um comitê legislativo na última quarta-feira. Exige que as empresas de vestuário mapeiem pelo menos 50% de seus fornecedores por volume, identificando os impactos adversos das emissões de gases de efeito estufa e do uso de água e de produtos químicos.

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As empresas teriam que definir metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e o consumo de energia em suas cadeias de abastecimento. Elas também seriam obrigadas a divulgar quanto e que tipo de materiais seus fornecedores produzem anualmente, além do volume de materiais reciclados usados.

As empresas de moda teriam ainda que relatar os salários pagos por seus fornecedores e como esse pagamento se compara aos salários mínimos locais e pagamentos dignos.

As empresas teriam de publicar as divulgações em seus sites e o procurador-geral do estado teria o trabalho de fazer um relatório anual identificando as empresas que violam a lei. Os cidadãos seriam autorizados a entrar com ações judiciais civis para obrigar o cumprimento da legislação.

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Multas cobradas de empresas de vestuário iriam para um novo fundo de benefício comunitário que seria usado para apoiar projetos de justiça ambiental.

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