Putin descreve resposta dos EUA à proposta de segurança como “positiva”

Presidente russo não fez menção à ameaça de ação militar como no início desta semana, mas disse fará o que for necessário para garantir a segurança da Rússia

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Bloomberg — O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou o que descreveu como uma resposta “positiva” dos EUA às demandas do Kremlin por garantias de segurança para neutralizar um impasse sobre a Ucrânia enquanto ele protesta contra a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

“No geral, vemos uma resposta positiva”, disse Putin na entrevista coletiva anual nesta quinta-feira (23). “Nossos parceiros americanos dizem que estão prontos para iniciar as discussões no início do próximo ano em Genebra. Ambos os lados nomearam representantes e espero que as coisas continuem no mesmo caminho. "

Putin não fez menção à ameaça de ação militar como no início desta semana, mas disse que o Kremlin fará o que for necessário para garantir a segurança da Rússia. Ele retrucou sobre o que disse ser sucessivas ondas de expansão da OTAN até as fronteiras da Rússia. “Colocamos nossos mísseis perto das fronteiras dos EUA?”, disse. “Não! São os EUA que chegaram a nossa casa com seus mísseis, eles já estão à nossa porta.”

Putin disse que os oponentes há séculos vêm tentando pressionar a Rússia, minando o país por dentro e dividindo territórios. Ele se recusou a fornecer uma garantia de que o país não invadirá a Ucrânia, exigindo que o Ocidente dê as garantias de segurança que ele busca “agora”.

Os EUA disseram que estão prontos para manter negociações a partir de janeiro sobre dois projetos de tratados de segurança que a Rússia publicou na semana passada, embora tenha considerado algumas das propostas do Kremlin inaceitáveis. O país exigiu que a OTAN se comprometesse a não expandir ainda mais para o leste e retirar todas as forças dos estados do Leste Europeu do antigo bloco soviético que começaram a se juntar à aliança em 1997.

Um enorme aumento militar russo perto da Ucrânia provocou preocupações sobre um possível ataque. A inteligência americana compartilhada com aliados europeus em novembro mostrou que a Rússia pode estar planejando uma invasão já no próximo mês envolvendo até 175 mil soldados.

--Com a colaboração de Olga Tanas

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