Slang levanta US$ 14 mi para melhorar proficiência em inglês de negócios

Aplicativo com foco em latino-americanos que desejam melhorar seu inglês para negócios oferece mais de 150 cursos

Fundadores da Slang
Por Marcella McCarthy (Brasil) e Bianca Carlos
20 de Dezembro, 2021 | 10:00 AM

Miami — O Slang, aplicativo de aprendizado de inglês para negócios, anunciou hoje o encerramento de uma rodada de investimento da Série A de US$ 14 milhões liderada por DILA Capital e ALIVE, com a participação da Salesforce Ventures, Roble Ventures, Impact Engine e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O aplicativo, que ajuda os latino-americanos a aprender inglês na área em que atuam, foi lançado em 2018 e oferece 150 cursos profissionalizantes de idiomas. Pessoas que já falam inglês, mas querem aprender inglês para negócios, ou aqueles que não sabem nada de inglês são ótimos candidatos para o Slang, disse Diego Villegas, cofundador e CEO.

Grande parte da população mundial não fala inglês, mas “a maior parte do conhecimento mundial está em inglês”, acrescentou Villegas. Quando percebeu isso, pensou: “Cara, isso é analfabetismo profissional”.

A ideia para o Slang veio de um ponto problemático que Diego encontrou em um negócio anterior. Em 1993, ele fundou a MASA, uma empresa de serviços técnicos, e vendeu-a em 2007 para a Stork, mas como ele estava ampliando a empresa na América Latina, a falta de falantes de inglês em sua equipe se tornou um problema.

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Todo o back office da minha empresa deveria reportar em inglês, mas eles não tinham o inglês para tanto”, disse. “Como estávamos ampliando a empresa, a fluência em inglês sempre foi um problema para nós”.

O inglês como idioma principal de uma empresa está se tornando cada vez mais popular à medida que muitas empresas se tornam globais, de acordo com o Harvard Business Review. Nubank, Netflix e Bloomberg Línea são alguns exemplos de empresas em que o inglês é o idioma oficial. Isso também permite que as empresas recrutem pessoas de todo o mundo, em vez de se limitarem a um ou poucos países.

Villegas soube então qual seria sua próxima empresa. E quando ele conheceu Kamran Khan, um graduado em ciência da computação pelo MIT que estava em processo de terminar um mestrado na mesma área, mas com foco em inteligência artificial (IA), ele o convidou para ser seu cofundador e CTO.

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“A ideia original de Diego era fazer um curso de inglês para cada cargo no LinkedIn, mas isso levaria uma eternidade”, disse Kamran. Então, em vez disso, eles contrataram alguém para criar apenas um curso – um programa de contabilidade em inglês – e Khan observou, anotando o que poderia ser automatizado e como a IA poderia acelerar o processo.

O professor levou mais de 30 semanas para criar um curso de contabilidade em inglês; hoje, depois de várias melhorias na plataforma, podemos criar um curso em uma semana”, disse Khan.

A empresa, que em grande parte vende seu aplicativo por meio de um empregador, embora pessoas físicas também possam se inscrever, disse que a Cornershop é um de seus clientes.

“Todos os anos produzimos o dobro de cursos do ano anterior com os mesmos recursos”, acrescentou.

Ampla adoção na pandemia

Antigamente, para aprender um idioma, ou aprimorá-lo, as pessoas ou empresas contratavam um tutor. Mas, desde o início da pandemia, cada vez mais dessas pessoas recorreram ao aprendizado on-line para melhorar suas habilidades.

“O Covid e a pandemia favoreceram a solução, começando com a adoção digital”, disse Villegas.

No entanto, outra tendência que também tem levado muitos a desejarem melhorar seu inglês para negócios é a possibilidade de trabalho remoto, principalmente considerando que seria possível morar na América Latina mas receber em dólares.

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“O trabalho remoto já era uma tendência forte, mas desde o Covid, simplesmente explodiu. O principal problema do trabalho remoto é a proficiência profissional”, disse Villegas.

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Marcella McCarthy

Marcella McCarthy (Brasil)

Jornalista americana/brasileira especializada em tech e startups com mestrado em jornalismo pela Medill School na Northwestern University. Cobriu America Latina, Healthtech e Miami para o TechCrunch e foi fundadora e CEO de um startup Americano na área de EdTech. Baseada em Miami.

Bianca Carlos

Localization Specialist na Bloomberg Línea. Formada em Tradução pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), conta com uma década de experiência, principalmente em material jurídico e técnico.