Evergrande: S&P declara ‘default’ por não pagar vencimento após carência

Incorporadora busca quitar dívidas com funcionários e fornecedores no momento e conta com US$ 300 bi em passivos

Empresa afirma ter um plano de reestruturação com credores offshore
Por Kevin Kingsbury
17 de Dezembro, 2021 | 04:04 PM

Bloomberg — O China Evergrande Group foi classificado como inadimplente pela S&P Global Ratings. Foi a segunda agência de avaliação de risco de crédito a considerar a incorporadora chinesa em default.

A S&P Global classificou a Evergrande em “inadimplência seletiva” devido ao não pagamento de cupons no final do período de carência no início deste mês – movimento que pode desencadear inadimplências cruzadas na dívida da incorporadora de US$ 19,2 bilhões. A S&P Global também retirou suas classificações do grupo a pedido da Evergrande.

A Fitch Ratings foi a primeira a declarar a incorporadora em default em 9 de dezembro. Por muito tempo considerada por muitos investidores como grande demais para falir, a Evergrande se tornou a maior vítima da campanha do presidente chinês Xi Jinping para domar os conglomerados superendividados do país e o mercado imobiliário superaquecido. Desde então, a preocupação se espalhou para empresas com classificações mais altas, como a Shimao Group Holdings, à medida que o risco de liquidez aumenta.

No início deste mês, o presidente o banco central da China disse que a situação da Evergrande tinha de ser resolvida pelo mercado, sinalizando que Pequim não salvaria a incorporadora mais endividada do mundo, que sofre com seus mais de US$ 300 bilhões em passivos. A Evergrande disse que planeja “envolver-se ativamente” com credores offshore em um plano de reestruturação. A empresa pretende incluir todos os seus títulos públicos offshore e obrigações de dívida privada, disseram fontes separadamente.

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Os detentores de títulos da Evergrande, incluindo a Marathon Asset Management, afirmaram que acreditam que os credores offshore estão quase no fim da fila de amortização. A Evergrande está priorizando pagamentos a trabalhadores migrantes e fornecedores enquanto os órgãos reguladores exortam a incorporadora sem dinheiro a evitar qualquer risco de manifestações, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

O fundador Hui Ka Yan viu sua riqueza despencar US$ 17,2 bilhões este ano com a queda das ações e títulos do grupo. Anteriormente a segunda pessoa mais rica da Ásia, com uma fortuna de US$ 42 bilhões, Hui agora vale US$ 6,1 bilhões.

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