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Criptomoedas já não são restritas a um nicho, diz diretor da ABCripto

Para Rodrigo Monteiro, moedas digitais ‘saíram da garagem’, popularizaram-se e ganharam peso ao lado do mercado financeiro tradicional

Criptomoedas já não são restritas a um nicho, diz diretor da ABCripto
Tempo de leitura: 3 minutos

Por Matheus Mans para Mercado Bitcoin

São Paulo - O ano de 2021 foi inovador para o mercado de criptomoedas. Metaverso, NFT e finanças descentralizadas, as DeFi, são apenas alguns exemplos das oportunidades que o mundo das moedas digitais trouxe para além dos investimentos.

Com a discussão sobre a regulamentação do setor ganhando corpo após ser debatida em audiência pública, no último dia 9, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, as perspectivas otimistas se amplificam para 2022.

“A sensação é de que estamos arranhando a superfície do iceberg”, diz Rodrigo Monteiro, diretor executivo da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), em uma referência, de forma figurada, ao tamanho desse mercado e às possibilidades de novos produtos e tecnologias.

Na entrevista a seguir, Monteiro fala sobre o mercado cripto em 2021, a importância da regulamentação como selo de transparência para os ativos digitais e as perspectivas para o próximo ano.

Mercado Bitcoin: Qual a sua avaliação do mercado de criptomoedas em 2021 e o que considera como principais destaques?

Rodrigo Monteiro: O principal é que o mercado saiu da garagem. Em 2019 e 2020, estava ainda muito restrito a um nicho. Hoje, é mainstream. É assunto de banco, de regulador, de empresas, de governo. Ele saiu da página do caderno de tecnologia e foi para a página de economia. Ganhou as manchetes da mídia. Há uma preocupação geral hoje de que as pessoas precisam conhecer [as criptomoedas]. E tem a regulação, com projetos de lei. A Câmara já aprovou em primeira votação, o Senado avançou.

MB: Esquenta a discussão sobre regulação com o projeto que prevê regras para negociação de moedas virtuais. O que se pode esperar?

Monteiro: Sempre sou contaminado por um viés positivo. Desde o início da ABCripto enfrentamos barreiras. Grandes bancos tinham medo, alguns ainda têm, de uma eventual concorrência. Mesmo os reguladores econômicos mostravam certo receio quanto ao tema. Falavam que era um mercado não regulado, não seguro. O fato é que podemos dizer que sempre foi regulado. Imagina se precisássemos de marcos regulatórios para todos os setores da economia, como panificação, mercado de autos usados e por aí vai. Mas agora é preciso ter um marco regulatório específico para as criptomoedas para dar as condições de atuação a esse mercado, monitorando e eventualmente punindo aqueles que gerarem danos à sociedade pelo seu uso em fraudes.

MB: Acha que a regulação vai se concretizar em 2022?

Monteiro: Sou advogado e, em Direito, classificamos as causas entre remota, possível e provável. Se você perguntasse, há três meses, diria que essa possibilidade era remota, já que temos uma agenda mais cara à sociedade que são as questões de saúde, pandemia, auxílio emergencial e temas aderentes. Eventualmente o legislador poderia abrir espaço para a criptoeconomia… Agora, eu digo que saiu do remoto e foi para o possível. Mas precisa avançar mais, ir para o Senado, ter aprovação conjunta do Senado e da Câmara para então virar provável. No próximo ano, teremos eleições e a pauta legislativa deve se voltar para questões relacionadas a elas. Ainda assim, acho provável que a regulação saia, porque estamos caminhando bem na discussão.

MB: Em 2021, tivemos tokens, NFT, metaverso, o que pode vir em 2022?

Monteiro: A sensação é de que estamos arranhando a superfície do iceberg. Se imaginarmos o que foi o lançamento da web, há quase 30 anos, ou se formos bem mais além, quando Gutenberg inventou os tipos móveis e a prensa, tudo era pouco imaginado, como uma obra de ficção científica. O que vai rodar em blockchain? O que vai perpassar a criptoeconomia? Não acho que tudo será cripto. Mas esse termo vai cair e tudo fará parte de uma economia descentralizada, ainda que com as moedas soberanas e os controles estatais. Teremos mais contratos inteligentes e registros de propriedade. Imaginamos que um grande número de aplicações será desenvolvido a partir das redes de blockchain. E a ABCritpo, junto com órgãos reguladores e governo, trabalhará para que esse mercado cresça.

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